Um dos acontecimentos nerds mais divertidos da semana passada foi o lançamento do trailer do novo filme do Doutor Estranho. Bonito e cheio de mistérios, dá indícios de que será um dos melhores longas do MCU (Universo Cinematográfico Marvel) neste ano - a estreia está prevista para maio.
Aproveito a oportunidade para elencar as seis melhores histórias do Doutor Estranho de todos os tempos – o que, na verdade, é só uma desculpa esfarrapada para eu ler um monte de HQs do personagem.
Antes de apresentar minha seleção, alguns comentários. Toda lista é subjetiva. Você, por exemplo, pode preferir “A origem do Doutor Estranho” (de 1963, publicada alguns meses sua primeira aparição); “Uma Terra sem Nome, Um Tempo sem Fim” (1965, enorme saga que aprofundou a mitologia do personagem); "The Tomb of Dr. Strange" (1974, primeiro confronto com o Drácula); “Shamballa” (1982, roteiro do J.M. DeMatteis); “A Fórmula Montesi” (1983, confronto final com o Drácula), e “Os Últimos Dias da Magia” (2016, arte do Chris Bachalo, tudo a ver com o personagem). E tudo bem 😊!
Outro comentário: por que só seis e não, sei lá, dez? Porque o personagem existe há só seis décadas. Então, quis pegar mais um menos uma de cada, representando aqui diferentes autores e fases do nosso cirurgião arrogante favorito.
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'Dr. Estranho, mestre da magia negra!' (1963), de Stan Lee e Steve Ditko
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Mágicos aventureiros não eram novidades nos quadrinhos quando Stan Lee (sempre ele) e Steve Ditko lançaram o Doutor Estranho – antes de Strange, vieram, por exemplo, Zatara, Tor (não é quem você está pensando) e Mandrake, o maior de todos. Mas Lee e Ditko construíram, aos poucos, um personagem complexo (com uma severa lição de humildade) e uma mitologia incrível ao seu redor, com personagens que vão de humanos (como Wong) a entidades cósmicas inexplicáveis (como Eternidade). E tudo começou aqui: Strange ainda nem era o maior feiticeiro da Terra, cargo que cabia ao seu mentor, Ancião.
'A Saga de Shuma-Gorath' (1972), de Roy Thomas, Archie Goodwin, Gardner Fox, Steve Englehart, Frank Brumer , Barry Smith, Jim Starlin, P. Craig Russell e Irv Wesley
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A saga contra a “entidade cósmica” Shuma-Gorath ia além dos monstros normais: há toda uma atmosfera que lembra bastante os contos de Lovecraft, com uma misteriosa criatura de outra dimensão chegando aos poucos na Terra – uma cidade inteira já se rendeu a ela, e há mais por aí. O horror é crescente, e Shuma-Gorath só aparece no sétimo e último capítulo da saga. Esta história também marca morte do Ancião, que nos últimos nove anos foi o mentor de Strange, e sua passagem de bastão: agora, de fato, o Doutor Estranho vira o maior feiticeiro da Terra. Esta história saiu em 'Marvel Premiere', dos números 4 ao 10.
'Tempos de Vida' (1981), de Roger Stern, J.M. DeMatteis, Marshall Rogers e Brent Anderson
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Minha história favorita do personagem. Sem essa de heróis ou vilões. Surge um problema que só alguém muito estudado nas artes místicas consegue resolver. Não vou entrar em detalhes, mas a alma de uma amiga do Dr. Estranho acaba viajando no tempo para suas encarnações anteriores. E as consequências a respeito disso podem ser... catastróficas. Com a arte incrível de Marshall Rogers, a história não para por aí e explora ainda temas como amor incondicional, relacionamentos e amizades. Lançada na revista norte-americana mensal do Doutor Estranho por sete meses consecutivos, do número 49 ao 55, esta saga saiu espalhada no Brasil e vai exigir um garimpo nos sebos para ser lida: tem de procurar a revista 'Heróis da TV' (da editora Abril), números 82, 85, 86, 90, 91 e 97.
'Doutor Estranho & Doutor Destino: Triunfo e Tormento' (1989), de Roger Stern (de novo!) e Mike Mignola
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Uma aliança inesperada: lado a lado, Doutor Estranho e o Doutor Destino. Na época, o monarca da Latvéria ainda era um dos maiores vilões da Marvel – o personagem ainda passava por um processo de “humanização”, que às vezes é deixado de lado. Os dois talentosos feiticeiros se unem para tentar salvar uma alma inocente que foi parar no Inferno: a mãe do Doutor Destino! Destaque para a arte de Mike Mignola, ainda em início de carreira, mas já um craque.
'O Juramento' (2006), de Brian K. Vaughan e Marcos Martin
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Não vou me aprofundar muito nesta minissérie, só dar o ponto de partida: o Doutor Estranho é baleado, e não faz ideia de por quem ou por quê – ao mesmo tempo em que descobre que seu melhor amigo, Wong, está com câncer. Uma história que envolve diferentes lados de Stephen Strange: o feiticeiro e o médico, bem como o super-herói e o humano que vê seu amigo doente.
'Doutor Estranho e os Feiticeiros Supremos' (2016), de Robbie Thompson e Javier Rodriguez
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OK, o Doutor Estranho é o maior feiticeiro de nossa época. Mas e das outras épocas? Essa divertida e inventiva minissérie (o episódio com o looping temporal é demais) reúne Strange com outros grandes magos do futuro e do passado – inclusive uma brasileira, conhecida como a Conjuradora (que você pode ver aqui, vestida de azul). Esta saga saiu no Brasil na primeira série da revista 'Doutor Estranho' da Panini, dos números 9 ao 16.
Brinde: 'Doutor Estranho' (2016), de Scott Derrickson
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Tudo nesse filme é bacana. O humor, a aventura, os efeitos especiais, o carisma de Benedict Cumberbatch no papel-título... Mais um acerto da Marvel ao levar um dos seus personagens ao cinema.
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