Coluna Slime

Duvido que você saiba como surgiu o Dia das Crianças

Puro marketing? Reflexões sobre direitos das crianças? Um pouco de tudo? Vem descobrir as origens desta data que é só amor!


05/10/2020 21h00

Outubro é um mês especial, afinal, comemoramos o Dia das Crianças! Pelo menos no Brasil, pois essa data varia muito pelo mundo. Cada país escolhe um dia específico para celebrar a molecada, mas você já parou pra pensar no porquê ser exatamente no dia 12 de outubro por aqui?

Tudo começou na capital do Brasil no ano de 1923: o Rio de Janeiro. Neste ano, a cidade sediou o 3º Congresso Sul-Americano da Criança, cuja pauta discutia questões envolvendo educação, alimentação e desenvolvimento infantil. Foram regulamentadas leis que garantiam cuidados especiais a serem tomados durante a infância e atos legais que proibiam o trabalho infantil e a violência contra a criança.

Envolvido com os debates do congresso, o então médico e deputado federal Dr. Galdino do Valle Filho resolveu criar um projeto estabelecendo o dia 12 de outubro como a data oficial para comemorar do Dia das Crianças. Assim, temas que envolviam o universo infantil seriam sempre levados como pauta para discussões.

Mas, apesar dos esforços do doutor, o assunto não era prioridade no governo e a data comemorativa passou longe do conhecimento do povo. Os nossos avôs e avós não ganharam presentes, o Dia das Crianças não emplacou e tudo continuou como antes.

Mas, em 1955, uma luz criativa brilhou na mente de Eber Alfred Goldberg, diretor comercial da marca de brinquedos Estrela, que lançou uma campanha chamada “Semana do Bebê Robusto” exatamente na semana do dia 12 de outubro.

Fez tanto sucesso e alavancou tanto as vendas que logo vários empresários de brinquedos também se interessaram. Eles se uniram e, no ano seguinte, lançaram uma campanha publicitária chamada “Semana da Criança”. Com tantos produtos atrativos para os pequenos, o sucesso estava garantido e a molecada foi protagonista naqueles dias. E os pais, é claro, patrocinaram a comemoração comprando os brinquedos.

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A ideia do Doutor Galdino, finalmente, havia emplacado. Talvez não exatamente como ele esperava, com discussões e melhorias na vida das crianças. Mas, de qualquer forma, o dia 12 de outubro ficou famoso graças ao excelente marketing dos empresários e passou a fazer parte do calendário de datas comemorativas do país.

Pouco tempo depois, no ano de 1959, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, a UNICEF, oficializou a Declaração dos Direitos da Criança, garantindo os direitos básicos e essenciais para todas as crianças do mundo. No dia 20 de novembro, fez o lançamento oficial que instituiu os dez princípios e direitos fundamentais às crianças:

I - Direitos garantidos, sem distinção de cor, sexo, língua, religião ou opinião;

II - Proteção e direito ao desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social;

III - Direito a nome e nacionalidade;

IV - Direito à alimentação, moradia e assistência médica;

V - Direito a tratamento, educação e cuidados especiais para toda criança portadora de necessidades especiais;

VI - Direito ao amor e à compreensão;

VII - Direito à educação elementar gratuita;

VIII - Direito a ser socorrido em primeiro lugar em catástrofes;

IX - Direito à proteção contra a crueldade e exploração;

X - Direito à proteção contra atos de discriminação.

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Em comemoração, convencionou o dia 20 de novembro como Dia Mundial da Criança, que é celebrado em mais de dez países do mundo. Mas a UNICEF não contava com a agilidade do doutor Galdino, com o senso comercial do Sr. Eber e com a capacidade maravilhosa que o brasileiro tem para festejar. Sendo assim, o Brasil comemora o dia das crianças numa data diferente do resto do mundo.
Se você é criança, a data é importante. Se você é adulto e tem criança em casa, a data também é importante. Agora, se você é adulto, não tem nenhuma criança em volta e nem acha que deve comemorar a data escolhida pelo Doutor Galdino, eu vou te contar mais uma coisa que talvez você tenha esquecido: um dia você foi criança e, por direitos adquiridos, você sempre vai merecer um presente. Claro que não precisa ser comprado, mas se dê o luxo de comemorar a data do jeito que você preferir, afinal, você é só uma criança há mais tempo que merece sempre festejar!

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Helena Ritto é atriz, contadora de histórias, arteeducadora, apresentadora, atriz de voz e escritora.

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