Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS

Rua Cenno Sbrighi, 378 - Caixa Postal 66.028 CEP 05036-900
São Paulo/SP - Tel: (11) 2182.3000

Televisão

Rádio

Com um teste virtual de colheita, cientistas observaram aspectos positivos do TDAHPesquisadores acreditam que transtorno do déficit de atenção com hiperatividade pode ter se desenvolvido com uma estratégia de sobrevivência adaptativa.O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) tende a ser apontado como algo negativo. Os sintomas, que incluem hiperatividade, impulsividade ou desatenção, são vistos como uma fraqueza. No entanto, estudos recentes, indicam que pessoas com TDAH costumam ser mais criativas, dinâmicas, têm competência social e emocional, além de possuir ótimas habilidades cognitivas.

Agora, uma nova pesquisa da Universidade da Pensilvânia busca rastrear as origens do TDAH e aponta que o transtorno seria uma parte importante da evolução. Os pesquisadores acreditam que o transtorno se desenvolveu como uma estratégia de sobrevivência adaptativa de nossos ancestrais.

"O TDAH e os traços cognitivos semelhantes ao TDAH, como a distratibilidade ou a impulsividade, são amplamente difundidos e geralmente vistos de forma negativa. Mas, se são realmente negativos, sua persistência é um enigma. Acreditamos que eles podem oferecer benefícios adaptativos", afirmou David Barack, um dos autores do estudo.

Para o estudo publicado na revista The Royal Society, os pesquisadores analisaram dados de 457 adultos, sendo que deles, 206 afirmaram ter sintomas fortes de TDAH.

Em um jogo virtual, os participantes tinham a missão de colher o maior número possível de frutos silvestres num determinado espaço de tempo. O jogo obrigava os participantes a tomarem decisões, como: continuo a colheita no mesmo lugar onde as frutas estão acabando ou mudo de local para explorar um novo arbusto? A última opção custava segundos valiosos.

Os participantes com TDAH tendiam a mudar mais rápido e passar menos tempo num único arbusto. Assim, colheram mais frutas do que o outro grupo sem sintomas do transtorno. Esses últimos, por sua vez, tendiam a passar mais tempo no mesmo arbusto, na esperança de otimizar a colheita.

Os pesquisadores ficaram surpresos com esses resultados, pois acreditavam inicialmente que uma rápida mudança de arbustos poderia levar a uma produção menor. "Mas os sintomas de TDAH mais intensos levam a uma taxa de recompensa mais alta e a um melhor desempenho", segundo Barack.

TDAH como estratégia de sobrevivência

A tática usada pelo grupo com TDAH tem vantagens: evita a exploração de recursos em um único local e, ao mesmo tempo, expande a exploração para novas áreas. Uma estratégia que pode ter sido vital para a sobrevivência dos caçadores-coletores no passado.

Outros estudos também sustentam a hipótese da vantagem evolutiva. Eles demonstraram que o estilo de vida nômade está associado a mutações genéticas que desempenham um papel no TDAH.

Isso pode ser uma explicação plausível para a disseminação atual do TDAH. Mas com a diferença que as características que costumavam funcionar bem na colheita de alimentos não são mais tão vantajosas na sociedade atual. Principalmente quando os recursos não são mais tão escassos.

A dopamina, um neurotransmissor do cérebro responsável pela sensação de recompensa, é decomposta mais rapidamente em pessoas com TDAH do que em quem não tem o transtorno. A busca constante pelo importante neurotransmissor pode fazer com que as pessoas com TDAH alternem constantemente entre diferentes tarefas sem realmente concluí-las.

Porém, os pesquisadores enfatizam a necessidade de mais investigações, pois o estudo apresenta algumas limitações, como por exemplo, os sintomas de TDAH foram baseados nas autoavaliações dos participantes, sem laudo médico.

Em uma próxima etapa, o estudo será realizado com pacientes diagnosticados clinicamente com TDAH. E a colheita virtual, passará para campos reais, o que exigirá mais esforço dos participantes.