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Ruínas de Jabalia, na Faixa de Gaza, onde corpos de reféns foram recuperados por forças israelensesForças israelenses identificaram brasileiro Michel Nisembaum e outras duas pessoas assassinadas pelo Hamas em 7 de outubro.O Exército de Israel recuperou nesta sexta-feira (24/05) em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, os corpos de mais três reféns do Hamas, incluindo o do brasileiro Michel Nisembaum, de 59 anos. Os dois outros corpos são do israelense Hanan Yablonka, de 42 anos, e do mexicano naturalizado francês Orion Hernandez Radoux, de 30 anos.

"De acordo com informações de inteligência verificadas em nosso poder, os reféns foram mortos durante o massacre de 7 de outubro e sequestrados no cruzamento de Mefalsim em direção a Gaza por terroristas do Hamas", disse o Exército em um comunicado.

O resgate dos corpos foi realizado em uma operação conjunta entre o Exército e a agência de segurança Shin Bet.

Os corpos foram identificados no Instituto Forense Nacional de Israel e na Polícia israelense, e suas respectivas famílias foram notificadas. Na semana passada, o Exército também já havia recuperado quatro corpos de reféns em Jabalia.

"O triste regresso de Michel, Hanan e Orion é mais um desgosto para as famílias dos reféns, que partilham a dor, a tristeza e a preocupação sem fim. O seu regresso para o enterro proporciona um encerramento importante para os familiares. Devemos esforçar-nos para trazer todos os reféns assassinados de volta a Israel", disse o Fórum de Famílias de Reféns e Pessoas Desaparecidas.

Lula lamenta morte de brasileiro

Michel Nisembaum nasceu em Niterói (RJ) e morava na cidade de Sderot, perto de Gaza, havia mais 40 anos. Ele era pai de duas filhas e avô de seis. Em 7 de outubro, ele estava dirigindo enquanto falava com a família ao telefone, quando o sinal da ligação caiu. Depois disso, a família não teve mais notícias.

Em uma publicação em suas redes sociais, uma das filhas de Michel, Hen Mahlouf, disse estar "de coração partido".

"Quem diria que essa seria nossa história, que esse seria seu fim. Nosso papi, o coração está partido", publicou Mahlouf.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou uma nota de pesar após a confirmação da morte de Nisembaum. "Sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel. O Brasil continuará lutando, e seguiremos engajados nos esforços para que todos os reféns sejam libertados, para que tenhamos um cessar-fogo e a paz para os povos de Israel e da Palestina", diz o comunicado.

Ao menos quatro brasileiros mortos pelo Hamas

Ao menos quatro brasileiros morreram durante a ofensiva terrorista do Hamas em 7 de outubro. Além de Nisembaum, morreram Karla Stelzer, de 42 anos, Ranani Glazer, 24, e Bruna Valeanu, 24. Os três últimos foram mortos pelo Hamas quando participavam do Supernova Sukkot, em Negev, no sul de Israel, e que era parte da turnê mundial do Universo Paralello, um festival de música eletrônica criado originalmente no Brasil nos anos 2000.

Na França, o presidente Emmanuel Macron também expressou nesta sexta-feira na rede social X a "imensa tristeza" pela morte de Orión Hernández Radoux. O franco-mexicano também estava no festival de música, com sua companheira, a alemã Shani Louk, cujo corpo também foi encontrado em Jabalia na semana passada.

Famílias pedem negociações para soltar reféns ainda em poder do Hamas

Michel Nisembaum estava entre as 252 pessoas que foram levadas – vivas ou mortas – por terroristas armados do Hamas em 7 de outubro. Israel estima que 121 permanecem em poder dos terroristas, entre eles 40 mortos.

O Fórum de Famílias de Reféns e Pessoas Desaparecidas apelou mais uma vez ao governo de Benjamin Netanyahu que "volte a enviar as equipes de negociação com a clara exigência de chegar a um acordo que permita que todos os reféns sejam rapidamente devolvidos às suas casas: os vivos para a sua reabilitação e os assassinados para seu enterro".

Desde o início da guerra, Israel e Hamas só chegaram a um acordo de trégua de uma semana no final de novembro, que permitiu a libertação de 105 reféns em troca de 240 prisioneiros palestinos. Além disso, quatro reféns foram libertados pelo Hamas em outubro; três resgatados pelo Exército – dois deles em fevereiro, em uma operação bem-sucedida em Rafah; enquanto os corpos de 20 reféns foram recuperados, três dos quais foram mortos por engano pelas tropas israelenses em dezembro.

Netanyahu, que tem sido regularmente criticado em Israel por priorizar operações militares em detrimento de negociações, enviou uma mensagem de condolências às famílias "com profunda dor" e elogiou o trabalho do Exército, que "com grande bravura em território inimigo" conseguiu resgatá-los e devolvê-los às suas famílias para serem enterrados.

"Temos o dever nacional e moral de fazer todo o possível para devolver as nossas pessoas raptadas – vivos e mortos – e é isso que estamos fazendo”, afirmou o primeiro-ministro, que autorizou esta semana a retomada das negociações para um acordo de paz de reféns por prisioneiros.

jps/ra (EFE, dpa, ots)