Companhias aéreas e aeroportos nos EUA, na Europa e na Ásia anunciam normalização gradual das operações depois de apagão cibernético global causado por falha no software CrowdStrike Falcon.Companhias aéreas de todo mundo estão gradualmente voltando a voar neste sábado (20/07), depois do tumulto causado por uma das maiores falhas de TI dos últimos anos.
As operações no aeroporto internacional de Berlim voltaram ao normal, afirmou a administradora do aeroporto neste sábado. Os voos de partida estão dentro do cronograma, com pequenos atrasos.
Várias companhias aéreas dos EUA também comunicaram que já haviam retomado as operações. "De acordo com nossas informações, os voos foram retomados em todo o país, mas ainda há algum congestionamento”, disse um representante do governo americano.
Na Ásia, os aeroportos de Hong Kong, Coreia do Sul e Tailândia anunciaram a restauração de seus serviços de check-in. As operações também voltaram ao normal nos aeroportos da Índia, Indonésia e Singapura. Os aeroportos de Pequim não foram afetados, informou a televisão estatal chinesa.
No Reino Unido, os passageiros foram alertados sobre possíveis interrupções de viagem neste fim de semana, já que as redes de transporte do país continuam a sentir o impacto da pane global de TI. Atrasos e cancelamentos de voos estão entre os transtornos que devem continuar no fim de semana após a interrupção, com especialistas alertando que pode até mesmo levar semanas para que os sistemas se recuperem totalmente.
Atrasos e cancelamentos devido a apagão
Nesta sexta-feira, multidões de passageiros se aglomeraram em aeroportos de todo mundo à espera de informações depois de centenas de voos terem sido cancelados.
As principais companhias aéreas do mundo, incluindo as americanas American Airlines, Delta e United, cancelaram ou atrasaram voos em todo o mundo, causando longas filas nos aeroportos. A empresa Delta Air Lines foi uma das mais atingidas, com 20% de seus voos cancelados, de acordo com o serviço de rastreamento de voos FlightAware.
Em todo o mundo, cerca de 5 mil voos comerciais foram cancelados, de acordo com a empresa de análise de aviação Cirium. Aeroportos de Los Angeles a Singapura, Amsterdã e Berlim comunciaram que as companhias aéreas estavam fazendo o check-in de passageiros com cartões de embarque escritos à mão, causando atrasos.
Nos EUA, a interrupção teve um grande impacto, especialmente no setor de aviação e logística. Mais de 31 mil voos sofreram atrasos e cerca de 3.600 foram cancelados, segundo o FlightAware, algo que não se via desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Na Europa, vários aeroportos foram afetados. O Aeroporto de Heathrow, em Londres, um dos mais movimentados, implementou planos de contingência para minimizar o impacto sobre as viagens.
Os aeroportos de Luton, Gatwick, Stansted, Edimburgo e Manchester, no Reino Unido, Roma, Schiphol (Holanda), Berlim, Zurique (Suíça) e Cracóvia (Polônia) também foram afetados.
No Brasil, a companhia aérea Azul foi a mais afetada, com inúmeros voos atrasados ou mesmo cancelados. Também empresas europeias que tem voos que partem do Brasil, como KLM e Iberia, registraram atrasos.
No México, as companhias aéreas parecem continuar tendo problemas, com os aeroportos de Guadalajara e Monterrey pedindo aos viajantes que cheguem com várias horas de antecedência.
Outros países da América Latina, como Argentina, Panamá, República Dominicana, Peru, Honduras e Chile, foram minimamente afetados, e suas companhias aéreas nacionais e internacionais, com poucas exceções, relataram operações normais.
As companhias aéreas e os aeroportos da Ásia e da Oceania também confirmaram que tiveram problemas. Várias empresas, inclusive companhias aéreas dos Emirados Árabes Unidos, do Kuwait e do Bahrein, foram afetadas, embora em sua maioria de forma "limitada”.
Falha já foi corrigida
A Microsoft comunicou que o problema começou no início da noite de quinta-feira, afetando os usuários do sistema operacional Windows 10 que utilizam o software de segurança cibernética CrowdStrike Falcon.
A empresa CrowdStrike admitiu que uma falha numa atualização do CrowdStrike Falcon causou o apagão e afirmou ter implementado uma correção para a falha. O chefe da empresa, George Kurtz, disse à emissora americana CNBC que queria pedir desculpas a todas as organizações e as pessoas afetadas.
Segundo especialistas em informática, a última atualização do Falcon continha erros e imediatamente colocou em colapso a plataforma de computação na nuvem Azure, da Microsoft.
Isso provocou o aparecimento das chamadas "telas azuis da morte”, que em todo o mundo indicavam que os sistemas haviam parado de funcionar e que os servidores precisavam ser reiniciados.
as (Efe, AFP, Reuters)
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