A nadadora paralímpica norte-americana Becca Meyers anunciou pelas redes sociais que vai desistir de representar o país nas Paralímpiadas de Tóquio. De acordo com a paratleta, que é cega e surda, a decisão foi tomada depois que o Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOPC) negou a companhia da Assistente de Cuidados Pessoais de confiança dela, que no caso é a própria mãe.
“Me disseram diversas vezes que eu não preciso de um Assistente de Cuidados Pessoais (PCA) ‘em quem eu confio’ porque haverá um único assistente do staff que está disponível para ajudar a mim e 33 outros nadadores paraolímpicos, nove dos quais também são deficientes visuais. O USOPC aprovou que eu tivesse uma assistente de confiança (minha mãe) em todos os encontros internacionais desde 2017, mas desta vez é diferente. Com a Covid-19, existem novas medidas de segurança e limites para funcionários não essenciais, com razão, mas um PCA confiável é essencial para que eu possa competir”, manifestou em uma postagem no Instagram.
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A nadadora também declarou que é uma decisão angustiante e que está com raiva, desapontada e triste por não poder representar os Estados Unidos.
“Por que, como pessoa com deficiência, ainda continuo lutando pelos meus direitos? Falo pelas futuras gerações de atletas paralímpicos, na esperança de que eles nunca tenham que sentir a mesma dor que passei. Basta”, manifestou.
Meyers é vencedora de três medalhas de ouro nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro. Foi a primeira colocada nas modalidades de 400m livre S13, 100m borboleta S13 e 200m medley SM13. Também faturou a prata na prova de 100m livres S13 nos últimos jogos. Ela acumulou uma medalha de prata e uma de bronze nas Paralimpíadas de Londres em 2012.
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Leia o comunicado na íntegra:
Eu tive que tomar a decisão angustiante de me retirar das Paralimpíadas de Tóquio 2020. Estou com raiva, estou desapontada, mas, acima de tudo, estou triste por não estar representando meu país.
O USOPC (Comitê Olímpico dos Estados Unidos) negou uma acomodação justa e essencial para que eu, como atleta surda e cega, pudesse competir em Tóquio, me dizendo várias vezes que eu não preciso de um Assistente de Cuidados Pessoais (PCA) “em quem eu confio” porque haverá um único PCA do staff que está disponível para ajudar a mim e 33 outros nadadores paralímpicos, 9 dos quais também são deficientes visuais. O USOPC aprovou que eu tivesse um PCA de confiança (minha mãe) em todos os encontros internacionais desde 2017, mas desta vez é diferente. Com a Covid, existem novas medidas de segurança e limites para funcionários não essenciais, com razão, mas um PCA confiável é essencial para que eu possa competir.
Então, em 2021, por que, como pessoa com deficiência, ainda continuo lutando pelos meus direitos? Falo pelas futuras gerações de atletas paralímpicos, na esperança de que eles nunca tenham que sentir a mesma dor que passei. Basta.
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