Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) criticou os ataques às boxeadoras Imane Khelif, da Argélia, e Li Yu-Ting, de Taiwan.
Depois da vitória da argelina sobre a italiana Angelina Carini, na categoria até 66kg, na última quinta-feira (1º), diversos perfis nas redes sociais apontaram sem evidências que Khelif e Ting de seriam mulheres transgênero, informação negada pelo COI e pelo Comitê Olímpico da Argélia.
“Estamos falando sobre boxe feminino e temos duas boxeadoras que nasceram como mulheres, foram criadas como mulheres, têm passaporte como mulheres e competiram por muitos anos como mulheres. Essa é a definição clara de uma mulher. Nunca houve dúvida sobre elas serem mulheres”, declarou Bach em entrevista coletiva neste sábado (3).
Leia também: Rebeca leva outra prata e se torna primeira brasileira com cinco medalhas olímpicas
IOC President Thomas Bach responds to questions about the women's boxing competition and makes it very clear there was never any doubt on the athletes being women, and that the current online abuse is unacceptable. pic.twitter.com/Xvd6SvtmQ5
— IOC MEDIA (@iocmedia) August 3, 2024
Imane Khelif e Li Yu-Ting foram autorizadas pelo COI a competirem na Olimpíada de Paris este ano. A polêmica surgiu porque as duas foram reprovadas em testes médicos realizados no ano passado pela Associação Internacional de Boxe (IBA). A entidade foi banida pelo COI em decorrência de falhas em quesitos de integridade e transparência na governança.
A imprensa internacional noticiou que a lutadora da Argélia apresenta cromossomos sexuais XY (que determinam o sexo masculino) e níveis de testosterona no sangue compatíveis com corpos masculinos, mesmo possuindo órgãos genitais femininos.
“O que vemos é que alguns querem ser donos da definição de quem é mulher. E só posso convidá-los a criar, com base científica, uma definição, e como alguém pode ter nascido, crescido, competido e ter um passaporte como mulher e não ser considerada uma mulher (...) se eles chegarem a algo, estamos prontos para ouvir, prontos para investigar, mas não faremos parte de uma guerra cultural, às vezes politicamente motivada”, completou o presidente do COI.
Fake News
Após Angelina Carini desistir da luta contra Imane Khelif em 46 segundos de combate, internautas interpretaram o gesto como um suposto boicote ao fato da argelina ser uma pessoas trans.
Posteriormente, a lutadora da Itália esclareceu o fato dizendo que a desistência se deu por dores intensas no nariz, onde recebeu um soco.
Parlamentares brasileiros, como o deputado Nikolas Ferreira (PL - MG) e o senador Sergio Moro (União Brasil - PR) foram alguns perfis que espalharam a notícia falsa.
Leia também: Após revisão no vídeo, Rafaela Silva garante medalha de bronze para o Brasil no judô por equipes
REDES SOCIAIS