Fundação Padre Anchieta

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Divulgação Isabelle Faust

Os seis “Concertos de Brandenburgo” rivalizam com Vivaldi (Quatro Estações) e Beethoven (Quinta e Nona Sinfonias) em termos de popularidade. Estão sempre entre as obras mais tocadas, gravadas e escutadas em streaming, no celular, no rádio do carro, e também nas salas de concerto do mundo inteiro.

Pois em 2021 eles completam 300 anos. Não parece, mas estamos a três séculos de distância daquele dia 21 de março de 1721 em que Johann Sebastian Bach fez chegar às mãos do margrave de Brandenburgo o magote de partituras de seis concertos instrumentais em formatos variados. Em geral o margrave é citado apenas como destinatário. Mas a história é outra. Com a morte de Frederico o Grande, em 1713, Christian Ludwig, o margrave, que adorava música, contratou boa parte dos músicos da corte prussiana.

Estes admiráveis concertos ficaram ignorados até 1849. Nenhum de seus filhos músicos sequer soube da sua existência. Naquele ano, um tal de Siegfried, guardião da Biblioteca de Berlim, descobriu os manuscritos.

Outro detalhe importante e pouco conhecido hoje em dia: o duque de Saxe-Weimar, Johann Ernst IV, patrão de Bach, era aficionado por música. E trouxe, numa de suas viagens à Itália, obras de Vivaldi. Foi aí que Bach decidiu explorar o chamado “estilo italiano” concertante.

Bem, tudo isso é revelado no suculento encarte do álbum duplo da Harmonia Mundi lançado mês passado, numa dupla efeméride: além da maior, que são os 300 anos da obra de Bach, também marca os 25 anos decorridos da primeira gravação dos Brandenburgo pela Akademie für Alte Musik Berlin. E eles comemoram de modo magnífico, extraordinário mesmo. Convidam dois músicos excepcionais – a violinista Isabelle Faust e o viola Antoine Tamestit – para se juntarem aos integrantes do grupo, um dos mais afamados na prática da música historicamente informada.

O resultado é arrebatador. Todos com réplicas cada vez mais perfeitas de instrumentos de época ou instrumentos de época mesmo. Isabelle toca um violino Jacobus Stainer de 1658 e Tamestit a viola Stradivarius “Gustav Mahler”, de 1672.

Cada um dos concertos prevê instrumentação e solistas diferentes, preenchidos por integrantes da Akademie. Isabelle Faust toca no terceiro e no quarto; Tamestit toca no terceiro e sobretudo no sexto concerto. Destaque, ainda para o escancarado concerto para cravo no quinto brandenburgo (a cargo de Christoph Huntgeburth).

Uma autêntica festa de aniversário inesquecível. Aliás, você vai se surpreender com o balanço entre os instrumentos, fazendo sobressair intervenções com as quais não estamos acostumados nas interpretações rotineiras, ou convencionais.


A cada semana o crítico musical João Marcos Coelho apresenta aos ouvintes da Cultura FM as novidades e lançamentos nacionais e internacionais do universo da música erudita, jazz e música brasileira. CD da Semana vai ao ar de terça a sexta dentro da programação do Estação Cultura e Tarde Cultura.