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Costumamos associar o bandolim ao choro, e imediatamente nos remetemos ao maior mestre brasileiro do instrumento, Jacob do Bandolim, ou ao nosso contemporâneo Hamilton de Holanda, e ao modo como ele sustenta o som das notas mais longas da melodia usando trêmolos. Mas o bandolim tem história multissecular. Nasceu como “bandola” na Italia do século 18, onde era também chamado de “mandola”, “mandolino” pelos italianos; “mandoire”, “mandoline”, “banjolin” na França; “mandolin” na Inglaterra e “bandürichen” na Alemanha. Possui quatro ordens de cordas duplas, tocadas com palheta. Havia dois modelos dominantes, segundo o precioso Dicionário de Termos Musicais de Henrique Autran Dourado: o milanês com seis ordens de cordas duplas e o napolitano, com quatro ordens de cordas duplas.
Conto esta história para entendermos melhor a imensa popularidade do instrumento desde o século 18. O bandolinista israelense Avi Avital, 45 anos, um dos grandes na cena internacional. Pois ele acaba de lançar “Concertos”, ao lado de Il Giardino Armonico, comandado por Giovanni Antonini – de longe, o grupo de música historicamente informada e o regente mais espetaculares da atualidade. Este é o CD desta semana na Cultura FM. O álbum traz arranjos de Avital para bandolim de concertos de Johann Sebastian Bach e Antonio Vivaldi. Mas seu foco principal é em obras especificamente compostas para bandolim no século. A sonoridade do instrumento ao lado do Giardino Armonico é daquelas coisas que a gente não esquece, verdadeira viagem no tempo.
São compositores pouco conhecidos Giovanni Paisiello e Johann Nepomuk Hummel, e do praticamente napolitano desconhecido Emanuele Barbella, violinista e compositor que viveu entre 1718 e 1777. Aliás, Paisiello e Hummel também são compositores citados de passagem, mas cuja música é raramente ouvida ou gravada.
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