O Provoca desta terça-feira (9) recebe a cientista de mudanças climáticas Luciana Gatti. Na entrevista a Marcelo Tas, ela explica como o avanço do desmatamento transformou a Amazônia em um elemento que pode acelerar o aquecimento global, o potencial econômico da floresta em pé e a importância de governanças alinhadas às mudanças climáticas.
No programa, a pesquisadora detalha os impactos da perda de cobertura vegetal amazônica nos últimos anos, lembrando que o Brasil atravessou mudanças abruptas no clima a partir de 2019, quando o desmatamento disparou em todos os biomas. Segundo ela, esse processo desestabilizou o equilíbrio atmosférico e intensificou eventos extremos.
“Ao invés da gente ter a Amazônia como esse airbag climático, como uma proteção contra as mudanças climáticas, passou a ser um acelerador das mudanças climáticas a perda da área vegetal”, explica.
Luciana também chama atenção para o potencial econômico da floresta em pé, relembrando o ecoturismo na região de Alter do Chão, onde comunidades locais conseguem gerar renda a partir da biodiversidade: de passeios em áreas alagadas ao desenvolvimento de pratos feitos com ingredientes nativos.
“Quanto mais bonita está a natureza, mais o pessoal atrai turista e ganha com isso. Por que a gente tem essa cultura de que progresso é destruir a floresta?”, questiona.
Ao longo da edição, Gatti comenta, ainda, os desafios políticos enfrentados hoje no Brasil para lidar com as alterações climáticas. Ela critica a falta de alinhamento entre áreas estratégicas do governo e afirma que decisões sobre energia e agricultura ainda caminham na contramão das necessidades ambientais.
“Hoje não dá para você querer governar um país, um município, sem falar de mudanças climáticas. As pessoas estão correndo risco de vida”, afirma.
REDES SOCIAIS