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Foto: Ksenija Sidorova/Divulgação
Foto: Ksenija Sidorova/Divulgação Ksenija Sidorova

Ouça o álbum completo:


Em plena pandemia, em 2021, Ksenija Sidorova dedicou seu primeiro álbum, para o selo francês Alpha, ao bandoneonista argentino Astor Piazzolla. Agora, aos 38 anos, ao lançar seu segundo álbum para a mesma gravadora, ela continua seguindo diretrizes de seu ídolo portenho, que, mais de uma vez, afirmou que apreciava muito as adaptações da obra de Johann Sebastian Bach para seu instrumento. Nascida em Riga, na Letônia, Sidorova empunha seu acordeon em obras de Bach e também de compositores contemporâneos influenciados pelo autor dos Concertos de Brandenburgo.

Este é o CD desta semana na Cultura FM. Ela o intitulou “Crossroads”. Na versão para acordeon do célebre concerto em ré menor original para cravo, catálogo BWV 1052, ela é acompanhada pela Sinfonietta de Riga, regida por Normunds Sne. Esta é, sem dúvida, o carro-chefe do álbum. “É uma obra de enorme exuberância, soa quase como soaria um rock em seu tempo”, diz Sidorova, “pois dá ao solista muitas oportunidades para brilhar virtuosisticamente”. Ela acrescenta que “o concerto é tão bem escrito para os dedos que a partitura não precisa de praticamente quase nenhuma modificação para ser tocada no acordeon”.

A inclusão de obras de compositores contemporâneos, de um ou outro modo, ligados a Bach transforma o álbum, diz Sidorova, num itinerário de “criações modernas atravessadas por Bach como um fio dourado”. O toque final ficou por conta das gravações realizadas numa antiga igreja do século 18, em Riga, “transformada em estúdio na era comunista”.

É interessante escutar o álbum na sequência proposta por Sidorova, porque a “Chacona” em cinco movimentos e 25 minutos de duração do compositor ucraniano Sergey Akhunov, de 58 anos, dialoga com Bach. Nela, ele chega a citar temas da famosa Chacona para violino solo de Bach. E se você gostar de sua música, pode reouvir um programa de música contemporânea de 3 de setembro de 2023 em que mostrei outra criação interessante dele, “Jazz”, composta em 2019 sob o impacto da visita a uma exposição do pintor francês Henri Matisse.

“Crossroads” também traz “Horizons”, horizontes, uma das peças do ciclo “The Quest”, a busca, da compositora búlgara Dobrinka Tabakova, de 45 anos. O título do álbum justifica-se plenamente com a derradeira faixa, “Beyond Bach”, um dos divertidos improvisos originais para piano da venezuelana Gabriela Montero, em versão para acordeon.