Eleito para Royal Society, Carlos Nobre fala sobre Amazônia: “Estamos à beira de um precipício”
Nos últimos 40 anos, o pesquisador sênior do IEA-USP estudou sobre a floresta e as consequências do desmatamento
17/05/2022 19h25
Ouça a entrevista com Carlos Nobre:
No De Volta ‘Pra’ Casa desta segunda-feira (16), Alexandre Machado conversou com o climatologista Carlos Nobre, pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da USP, que trabalha há 40 anos em pesquisas envolvendo a Amazônia e as mudanças climáticas.
Ele acaba de se tornar o primeiro brasileiro, desde Dom Pedro II, a ser eleito membro da Royal Society, a academia de ciências ainda em atividade mais antiga do mundo.
Sobre a situação da Floresta Amazônica, Nobre explicou que o ecossistema enfrenta um processo de savanização, ou seja, está perdendo vegetação. “Há um risco da floresta se tornar um ecossistema muito degradado, com muito menos cobertura vegetal, uma savana muito degradada e não rica como o nosso Cerrado, perdendo uma enorme biodiversidade e também muito carbono”, explicou.
O especialista pontuou que, caso a situação não melhore nas próximas décadas, de 50% a 70% da região desaparecerá, causando a emissão de 30 bilhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera. “Estamos à beira de um precipício, por isso é muito importante zerarmos o desmatamento”, alertou.
O De Volta 'Pra' Casa, com apresentação de Alexandre Machado e Gilson Monteiro, vai ao ar pela Rádio Cultura FM (103.3 MHz), de segunda a sexta-feira, às 18h, também na Cultura Brasil (AM 1200 kHz ou FM 77,9 MHz) e no aplicativo Cultura Digital.
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