Estação Cultura

Rejeitos de garimpo no Rio Tapajós equivalem a meio Brumadinho por ano

Em sua coluna semanal, Leão Serva aponta a destruição em terras dos índios Munduruku pela extração ilegal de minérios


29/03/2021 11h33

Ouça a coluna de Leão Serva completa:


A extensão da destruição em terra indígena Munduruku só aumenta, e "logo será um Brumadinho por ano", alerta o jornalista Leão Serva. Ele recorre ao rompimento da barragem de rejeitos de uma das minas de ferro da Vale do Rio Doce no município mineiro, em 2019, para dimensionar o estrago do garimpo ilegal no Rio Tapajós.

Toda a lama tóxica que está sendo jogada na região vai parar na Amazônia, destruindo a floresta e paraísos como Alter do Chão, no Pará. Segundo Leão Serva, o Brasil poderia ser um dos países mais ricos do mundo em turismo, "mas em vez disso joga esgoto em seus paraísos".

O jornalista também cita a destruição provocada pelo garimpo ilegal nos rios Uraricoera e Mucajaí. O Uraricoera, em Roraima, é o rio em que o escritor Mário de Andrade imaginou seu herói Macunaíma. "Mas o Brasil de Jair Bolsonaro não leu Macunaíma, não leu Mário de Andrade e deixa 30 mil garimpeiros ilegais destruírem sua memória e a vida dos índios Ianomami", adverte Leão Serva.

O colunista ainda faz referência à exploração de ouro bem perto de uma comunidade de índios isolados, com consequências inclusive para a saúde desses povos. No Mato Grosso, no Rio Peixoto de Azevedo, a ação dos garimpeiros deixou marcas irrecuperáveis, de acordo com Serva. "Esgotaram seus recursos, poluiram suas águas e o rio não tem mais peixe. "As consequências do processo de exploração do garimpo estão lá até hoje, típicas do deserto do Saara".

O jornalista Leão Serva, diretor de Jornalismo da TV Cultura, fala sobre questões relacionadas aos povos indígenas todas as segundas-feiras, no programa Estação Cult

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