Estação Cultura

Funai volta a ser a “Funerária Nacional do Índio”

Em sua coluna semanal, Leão Serva compara a convocação da líder indígena Sônia Guajarara, pela Polícia Federal, à época em que a Funai atuava contra os interesses da causa indígena


03/05/2021 11h13

Ouça a coluna de Leão Serva completa:


Coordenadora da Apib, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara foi intimada a depor na Polícia Federal por suposta difamação do governo Bolsonaro na webserie Maracá, que aborda violações contra povos indígenas durante a pandemia. O inquérito foi aberto a pedido da Funai, o órgão criado para defender os interesses indígenas.

A intimação reforça a ideia de que a Fundação Nacional do Índio tem adotado uma prática de destruição da política indigenista no atual governo, segundo o jornalista Leão Serva. Ele compara o inquérito aberto contra Sônia Guajajara à época em que o padre jesuíta Antônio Iasi Júnior se referia à Funai como “Funerária Nacional do Índio”. O presidente do CIMI, Conselho Indigenista Missionário, criado pela Igreja Católica em 1972, foi barbaramente torturado pelas denúncias contra o órgão. “E 50 anos depois a história parece se repetir, com a Funai voltando a defender os interesses dos inimigos das causas indígenas”, afirma Serva.

Em sua coluna, o jornalista também cita o delegado da Polícia Federal, Alexandre Saraiva, que comandou a maior operação de apreensão de madeira no Amazonas. Saraiva foi demitido quando pediu a abertura de processo contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no Supremo Tribunal Federal. Tudo isso faz parte da estratégia de implantação do “Bolsonarismo”, conclui Leão Serva: “virar o país de cabeça para baixo. O órgão indigenista acusa indígenas; o órgão de defesa da negritude ataca os movimentos negros; e o ministro da área ambiental ataca o meio ambiente”.

O jornalista Leão Serva, diretor de Jornalismo da TV Cultura, fala sobre questões relacionadas aos povos indígenas todas as segundas-feiras, no programa Estação Cultura.


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