Há algo de “Crime e Castigo” na CPI da Covid?

Ouça a coluna de Atílio Bari completa:

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No romance Crime e Castigo, o personagem central é um jovem que parou de estudar porque não tinha dinheiro. Sobrevive às custas da mãe e da irmã, que se casou apenas para poder sustentá-lo. Comete crimes para livrar a família das garras da agiotagem e recorre à autoproteção psicológica convencendo-se de que foi movido por uma questão humanitária.

A obra de Dostoievski (1821-1881) inspirou o filme Um cidadão acima de qualquer suspeita, do italiano Elio Petri (1929-1982), e é citada por Atílio Bari ao refletir sobre as sessões da CPI da Covid no Senado Federal. Para o ator e diretor, a Comissão Parlamentar de Inquérito tem mostrado vários casos em que as evidências são claras, os indícios são inúmeros, as contradições são gritantes e as documentações são explícitas. Ou seja, “todo mundo viu, os resultados dos descalabros são gritantes, mas os defensores do poder desviam as questões para outros lados. O sistema oculta, nega, se protege dos seus erros, mesmo quando os fatos falam por si”.

Atílio Bari, idealizador e apresentador do programa Persona, da TV Cultura, participa do Estação Cultura todas as quartas-feiras.

O programa "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 FM, de segunda à sexta-feira, às 10h da manhã, na Cultura FM, Cultura Brasil e no aplicativo Cultura Digital.