O legado de Alvin Lucier para a música experimental
Em sua coluna musical, o crítico João Marcos Coelho homenageia o compositor norte-americano; Lucier morreu na última quarta (01), aos 90 anos
03/12/2021 11h48
Ouça a coluna musical de João Marcos Coelho completa:
Um dos gigantes da música experimental americana, que explorou a natureza física do som e criou instalações sonoras. Assim o The New York Times referiu-se a Alvin Lucier ao noticiar a morte do compositor norte-americano na última quarta (01). “Sua música estava enraizada na física do som e poderia produzir resultados imprevisíveis, como uma música dos Beatles emanando de um bule de chá”, destaca o jornal.
Para homenagear Alvin Lucier, João Marcos Coelho selecionou justamente Nothing is real (Strawberry fields). Nesta peça de 1990 o compositor parte de uma canção dos Beatles entranhada no nosso subconsciente, explica o crítico musical: “tudo está sendo gravado e eletronicamente manipulado. Na segunda parte da peça o pianista levanta-se e pega um bule de porcelana – dentro dele está um dispositivo de reprodução sonora em miniatura que gravou a primeira parte. Abrindo e fechando a tampa do bule, restos da melodia reaparecem e desaparecem”.
João Marcos Coelho também comenta a importância de Alvin Lucier para a vanguarda dos Estados Unidos e estabelece ligações com o brasileiro Gilberto Mendes, com quem o americano tinha profundas afinidades.
O jornalista e crítico musical João Marcos Coelho fala sobre música diariamente no Estação Cultura.
O programa "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 FM, de segunda à sexta-feira, às 10h da manhã, na Cultura FM, Cultura Brasil e no aplicativo Cultura Digital.
Veja o vídeo da performance do pianista Daniel Añez em Nothing is real (Strawberry fields):
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