Aumento da atividade garimpo ilegal faz com que genocídio volte a assustar o povo Yanomami

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Dados do relatório “Yanomami sob ataque!”, divulgado pela Hutukara Associação Yanomami com apoio da organização ISA (Instituto Socioambiental), mostram que o garimpo na terra indígena Yanomami, em Roraima, cresceu 46% em 2021. Segundo o texto, o avanço desordenado da atividade tem levado à criação de vilas inteiras — com mercados, pousadas e internet — e causado destruição, doenças e violência no território.

A terra Yanomami é a maior terra indígena do país. A presença do garimpo na região já havia crescido entre 2016 e 2020. Nesse período, houve aumento de 3.350% nos registros de operações ilegais na região.

Com isso, o genocídio volta a assustar os Yanomamis. Em sua coluna semana, o jornalista Leão Serva destaca que "há um grande risco de um novo massacre em torno da comunidade Moxihatëtëa, um grupo de Yanomamis isolados que vivem muito perto de uma área de atividade garimpeiro".

Serva comenta que muitas das ameaças ativas há 30 anos, no final da ditadura e começo da redemocratização brasileira ainda pairam sobre o povo Yanomami. Com tudo, Serva afirma que há uma diferença fundamental neste momento, "a Lei, a Constituição Brasileira nesse momento está com o Yanomamis".

"30 anos atrás eles eram massacrados e não tinha direitos, depois demarcação e da homologação e dos julgamento que foram até o Supremo Tribunal Federal (STF) a lei está ao seu favor".

Entretanto, Serva destaca que "todos aqueles (IBAMA, Funai, Polícia Federal) que deveriam defender o patrimônio da União, e esse povo isolado, são aqueles que hoje não defendem e se omitem".

Leão Serva fala sobre questões relacionadas aos povos indígenas e meio ambiente todas as quintas-feiras, no programa Estação Cultura. O programa "Estação Cultura" vai ao ar de segunda à sexta-feira, às 10h, na Cultura FM (103,3 MHz), Cultura Brasil e no aplicativo Cultura Digital.