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Sobrevivente do holocausto, o administrador de empresas Gabriel Waldman (86) acaba de lançar o livro “Ingrid, a filha do comandante”, pela Editora Buzz. Na publicação, o judeu nascido na Hungria e residente no Brasil desde 1952, narra o romance vivido com a filha de Franz Stangl, um ex-oficial nazista, responsável pela morte de mais de 800 mil judeus no campo de concentração de Treblinka, na Polônia.
Gabriel Waldman era apenas uma criança quando presenciou as consequências da ascensão do nazismo na Segunda Guerra Mundial. Perdeu o pai e quase toda a família paterna, exterminados nos campos nazistas. Ele e a mãe escaparam, encontrando asilo na Áustria e, por fim, no Brasil.
Waldman já residia em São Paulo quando namorou a jovem alemã e frequentou a casa de Franz Stangl, sem saber que o comandante havia sido o algoz da própria família. A notícia chegou por meio do Jornal O Estado de São Paulo, que registrou a prisão e deportação do criminoso de guerra. “Aí começou o meu calvário. Quando descobri isso foi uma catástrofe, meus sinais vitais chegaram a zero”, conta. A história ficou encapsulada por mais de seis décadas, até que uma frase da autora dinamarquesa Isak Dinesen estimulou Gabriel Waldman a desengavetar a memória tão dolorosa: “Toda grande dor pode ser suportada se você escrever sobre ela”. O propósito atual desse sobrevivente é combater o ódio e a intolerância. “Ingrid, a filha do comandante”, tem prefácio de Celso Lafer e está à venda no site da Editora Buzz.
O Estação Cultura, com Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 FM. O programa é transmitido também no aplicativo Cultura Play.
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