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Trata-se do mexicano Carlos Chávez, nascido em 1899. Em suas veias, corria o sangue índio de sua avó materna.
Enquanto aprendia na escola as técnicas europeias da chamada grande música, ou música clássica, Chávez pesquisava a música dos astecas, índios que construíam uma formidável civilização e no século 16 foram invadidos e conquistador pelo espanhol Hernán Cortéz.
O que me levou a pesquisar mais sobre Chávez foi sua segunda sinfonia, que ouvi numa recentíssima gravação com Carlos Miguel Prieto à frente da Orquestra das Américas.
Ele a chamou de sinfonia índia. E de fato utiliza melodias indígenas nesta obra sincrética, de apenas 11 minutos e em que se sucedem várias mudanças de tempos. A farta percussão serve-se de instrumentos indígenas também.
Vocês devem ter percebido certa semelhança com o que acabei de descrever e, por exemplo, os choros de Villa-Lobos, que também pesquisou a música popular carioca e a música indígena, mesmo que de segunda mão.
Chávez foi contemporâneo de Villa-Lobos e foi, de certo modo, o villa mexicano.
Assistiu à revolução mexicana de pancho vila entre 1910 e 1920.
E, como Villa, também viu-se diante de um enorme desafio ao encarar a forma sinfônica – o gênero europeu por excelênica. Mais ainda, alemão.

Carlos Chávez
Sinfonia no. 2, India,
Orquestra das Américas. Reg.: Carlos Miguel Prieto.
Xochipilli, para 4 instrumentos pré-colombianos de sopros e percussão.
Toxiuhmolpía, El Fuego Nuevo
Inner Pujlse Ensamble

O programa Música Contemporânea vai ao ar aos domingos, às 22h da noite pela Rádio Cultura FM de São Paulo, 103.3. Curta nossa Página no Facebook.

Apresentação: João Marcos Coelho

Produção: Sonia Maria de Lutiis

Estágiaria em Produção: Jessica Gomes