Ouça o programa Música Contemporânea completo:
O álbum do selo ECM tornou-se um hit instantâneo. Até hoje já vendeu bem mais de 2 milhões de cópias. E na era do streaming, permanece nos primeiros lugares de volume de execuções no ranking da dita música contemporânea.
Na verdade, Pärt sempre foi do contra.
Quando todo mundo, na Estônia, seguia as regrinhas do realismo socialista na passagem dos anos 40/50, Pärt flertava com a música serial de Arnold Schoenberg, então proibida na União Soviética.
Quando as porteiras se abriram, Ele ficou em silêncio por vários anos, até retornar nos anos 70 com a técnica “tintinabulli”, baseada na sonoridade dos sinos medievais.
Algo como um contraponto a duas vozes, no qual a primeira voz traça uma melodia simples conforme um modo diatônico e a outra explora as notas principais da tríade deste mesmo modo diatônico.
Acordes repetidos em estilo mantra para violino e piano. Ouça esta peça emblemática com Gidon Kremer e Keith Jarrett. Mas a audição só vale se você de fato parar o que está fazendo e concentrar seus ouvidos apenas na música.
O segredo é a aliança de timbres e harmonias, num resultado musical que “conversa”, dá espaço simbólico a silêncios rigorosamente anotados.
Falamos aqui de ressonâncias... Como as dos sinos. Sua mulher Nora, musicóloga, em longa entrevista do casal a Enzo Restagno, diz que “a música de Arvo dirige-se muito mais aos ouvidos que ao intelecto”.
É verdade. “Fratres”, seu maior best-seller e hoje disponível em diversos arranjos e formações, compõe-se de variações sobre oito.
- Arvo Pärt
- Fratres,
- Gidon Kremer (violino) e Keith Jarrett (piano).
- Improvisos sem temas prévios, no órgão da Igreja de São Nicolau em Estocolmo, em 16 e setembro de 1972.
- Keith Jarrett (órgão)
- O programa Música Contemporânea vai ao ar aos domingos, às 22h da noite pela Rádio Cultura FM de São Paulo, 103.3. Curta nossa Página no Facebook.
- Apresentação: João Marcos Coelho
- Produção: Sonia Maria de Lutiis
- Estágiaria em Produção: Jessica Gomes
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