São Paulo registra febre de apartamentos minúsculos e caríssimos
A ideia inicial era criar habitação popular; no entanto, mercado imobiliário registra lucros exorbitantes e afasta quem mais precisa
09/02/2023 10h00
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Atualmente, uma das discussões mais calorosas da Câmara de Vereadores de São Paulo é o Plano Diretor. A medida estabelece diretrizes para o crescimento urbano da capital paulista e tem como objetivo garantir a organização de espaços e propiciar melhora da qualidade de vida na cidade. Nesta quinta-feira (09), quem discute a questão com Sergei Cobra é a urbanista Raquel Rolnik, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
A especialista tece críticas ao resultado do projeto: “Em 2014, a proposta era fazer com que o mercado criasse habitação de interesse social a preços acessíveis. Mas qual foi o jeito que as construtoras deram para reduzir o valor? Simplesmente passaram a criar apartamentos extremamente pequenos e sem garagem. Então, a pessoa pode até pode pensar que é interessante ver um apartamento em região nobre por R$ 250 mil, R$300 mil, mas aí ele tem 22 metros quadrados. Então, quando você coloca no papel e faz as contas, acaba percebendo que sai como o metro quadrado mais caro da cidade. Isso não tem nada a ver com habitação social”.
O programa “8 em Ponto”, com apresentação de Sergei Cobra, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 e 77.9 FM estendida. Também na Rádio Cultura Brasil AM 1200 e pelo aplicativo Cultura Digital. De segunda a sexta-feira, às 8h.
*Estagiário sob supervisão da profissional habilitada Lenize Villaça - MTB: 25.380/SP
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