Ouça a radio-encenação!
No dia 25 de setembro, data de aniversário de Edgar Roquette-Pinto, considerado o pai da radiofonia no Brasil, a Cultura FM abriu espaço na sua programação para um projeto audacioso: levar até o ouvinte os bastidores da peça que assombrou os Estados Unidos ao fazer confundir realidade e ficção. A empreitada reúne uma equipe de quatro rádio-atores e um sonoplasta, todos a postos para reconstruir o edifício sonoro deste importante evento que entrou para a história ao colocar em discussão os limites éticos da comunicação de massa, bem como a tênue fronteira que separa fato e mentira.
Em 30 de outubro do ano de 1938, o então jovem Orson Welles transmitia ao vivo pela Columbia Broadcasting System uma versão adaptada do romance A Guerra dos Mundos, do autor inglês H. G. Wells. O enredo ficcional do livro trata de uma invasão alienígena ao planeta Terra, e, quando adaptado para o veículo radiofônico, a investida bélica fora tomada por muitos ouvintes como um acontecimento verídico, uma vez que os avanços dos perigosos marcianos tomavam forma aos poucos através de um hipotético boletim de notícias dentro de uma suposta programação musical.
Quem se interessa pela história do rádio e se sente saudoso dos velhos tempos em que a dramaturgia era destaque nas grades de programação das emissoras certamente irá apreciar este experimento. Além disso, o programa cumpre uma importante missão de nos manter em alerta neste período em que a mentira torna-se cada vez mais um argumento da discussão política.
O caldeirão que junta eleições, o perigo das fake news e as datas comemorativas do rádio. Desta emissora em específico, centenário do início da radiofusão no Brasil e os 45 anos de existência da Cultura FM. Tudo isso corrobora para que a radio-encenação de A Guerra dos Mundos venha em boa hora, oferecendo entretenimento com informação da mais urgente importância.
“Era tudo mentira, mas ninguém sabia” tem a apresentação é da Companhia Soluço de Rádio com os atores: Daniela Theller, Heitor Goldglus, Kátia Daher, Laerte Mello e Sibélius de Toledo.
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