O amor, o sorriso e a flor, por Daniel Taubkin
Em rememoração aos 90 anos de nascimento de João Gilberto, re-escute um programa da série Risco no Disco
12/06/2021 23h05
Ouça o Programa Completo:
O amor, o sorriso e a flor, lançado em 1960, é o segundo disco da trilogia de João Gilberto. “Falar sobre o João para mim é complicado”, diz o compositor Daniel Taubkin, um dos interlocutores do mestre da bossa nova. “A gente sempre relaciona o João aos compositores jovens que estavam ali na classe média alta do Rio de Janeiro, na casa da Nara Leão (...) mas também, o João com seu violão sintético, com seu ritmo extraordinário e sua nova estética, trouxe a música brasileira para o violão dele”, declara.
João Gilberto, garimpador de canções, tem algo de lúdico em seu repertório. O amor... tem arranjos de Tom Jobim, que trabalhou com João no sítio, cercado por passarinhos. Foi gravado em cinco dias (de 28 de março a 5 de abril de 1960) no Estúdio Odeon, no Rio.
“Eu acho espetacular a relação que ele faz da voz com o violão e como ele acerta as notas – não só a afinação, mas o lugar certo ritmicamente”, comenta Arrigo. “O João é herdeiro da organicidade que existia na época e a levou ao máximo, assim como a busca da excelência”, diz Taubkin, para quem João “colocava toda a cozinha rítmica do samba naquele violão”. Arrigo completa: “O que você não escuta é intenção”.
O programa Supertônica, com apresentação do Arrigo Barnabé, vai ao ar todo Sábado, às 23h pela Rádio Cultura FM de São Paulo, 103,3 e no aplicativo Cultura Digital.
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