A violência no país afeta diversas áreas da economia. Uma delas é o turismo. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio, o Rio de Janeiro deixou de arrecadar mais de R$ 3 bilhões com turismo somente por conta da violência no ano passado.
“É um país perigoso para viajar com a família. É o segundo, só perde para África do Sul, em nível de violência para a mulher viajar sozinha em risco. Quando a gente fala da população LGBT, o Brasil é considerado o primeiro destino mais perigoso do mundo para conhecer”, explica Paula Sauer, professora de economia da ESPM.
Em 2023, o Brasil recebeu 5,9 milhões de turistas internacionais, número menor do que 2019, último ano antes da pandemia da Covid-19, quando 6,3 milhões de estrangeiros desembarcaram por aqui. O Vietnã, sozinho, recebeu 12 milhões de estrangeiros no ano passado, segundo a Organização Mundial do Turismo. A França recebe 79 milhões de visitantes por ano.
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Outros estados que sofrem com o desaparecimento de turistas são os do Nordeste. Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia possuem índices de guerra.
“Muitas facções aprenderam a operar lá naquelas regiões. Elas não trabalham apenas na exploração narcotráfico e foram para outras ilegalidades, como garimpo ilegal e crimes ambientais. Nas grandes cidades do Nordeste, essas facções estão brigando em pequenas e micro guerras pelo controle do narcotráfico no varejo dessas cidades”, diz Daniel Cerqueira, coordenador do Atlas da Violência.
Na visão da professora, é necessário um investimento do governo em segurança e infraestrutura. Sauer afirma que essa é uma forma do turista se sentir seguro e respeitado.
“Apesar de a gente não ter um número exato do quanto essas mortes custam para o turismo, é um valor absurdo em termos de perda econômica e em temos de perda de emprego para as pessoas”, finaliza Cerqueira.
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