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Marcela Leiros – AGÊNCIA CENARIUM

MANAUS (AM) – A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) prendeu nessa sexta-feira, 19, na terceira fase da “Operação Mandrágora“, Lindolfo da Silva Albuquerque, o DJ Kallel, apontado como fornecedor de cetamina para família de Djidja Cardoso. Ele é o 11º preso suspeito de envolvimento no caso.

Nas redes sociais, o empresário exalta a vida a musculação e compartilha o trabalho em festas de música eletrônica. Ele também afirma ser CEO do Festival Turbulência, que teve a última edição em junho de 2023. “Seja a melhor versão de você sempre e esteja em evolução constantemente“, afirma em uma publicação.

Publicações no feed do DJ Kallel (Reprodução)

Lindolfo foi identificado como um dos principais fornecedores de cetamina em festas de Manaus. A droga, conhecida pelo uso como anestésico em medicina veterinária, tem sido amplamente utilizada de forma ilícita devido aos seus efeitos alucinógenos.

O empresário era investigado pelo 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) há cerca de um mês. A operação, que está na terceira fase e tem como objetivo desmantelar toda a rede de tráfico de cetamina na região, foi coordenada pelo delegado titular da unidade, Cícero Túlio.

Prisão

Segundo a polícia, os investigadores observavam o suspeito quando ele fez uma entrega da droga para um comprador, que foi abordado pelos policiais. O homem confirmou que o suspeito vendeu cetamina para ele.

Quando Lindolfo fez outra entrega, os policiais o abordaram. Ele confessou que mantinha a droga na casa onde mora, na Zona Norte de Manaus. No local, a polícia apreendeu frascos de cetamina líquida e também em pó, uma cobra que era mantida irregularmente por ele, além de seringas e uma balança de precisão.

Além da cetamina em pó, foram apreendidas balanças de precisão, seringas e drogas sintéticas como LSD e ecstasy. Na residência, os policiais também encontraram e apreenderam uma serpente jiboia. O empresário será indiciado pelos crimes de tráfico de drogas, adulteração e corrupção de produtos destinados a fins terapêuticos e medicinais, além de maus-tratos a animais silvestres.

Caso Djidja

A investigação do “Caso Djidja“ foi concluída no mês passado, com Cleusimar Cardoso e Ademar Cardoso, mãe e irmão da ex-integrante do Boi Garantido, respectivamente, indicados por tortura com resultado de morte, tráfico de drogas e outros 12 crimes. A polícia também indiciou nove pessoas.

Veja os nomes:

  • Ademar Cardoso, irmão de Djidja Cardoso;
  • Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja Cardoso;
  • Verônica da Costa Seixas, gerente do Belle Femme;
  • Marlisson Vasconcelos Dantas, cabeleireiro e maquiador;
  • Claudiele Santos da Silva, maquiadora do salão de beleza;
  • Bruno Roberto Lima, ex-namorado de Djidja;
  • Hatus Silveira, ex-fisiculturista;
  • José Máximo, dono da clínica veterinária MaxVet e responsável por outros estabelecimentos;
  • Savio Pereira, funcionário da clínica MaxVet;
  • Emicley Araújo, funcionário da clínica MaxVet;
  • Lindolfo da Silva Albuquerque, o DJ Kallel.

A investigação teve duas operações, que resultaram nas prisões de dez pessoas. Na primeira fase, os mandados de busca e apreensão autorizados pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) foram cumpridos em residências da família Cardoso, em unidades do Belle Femme, além de clínicas veterinárias como a MaxVet, localizada no bairro Redenção. Este estabelecimento fornecia cetamina a integrantes da família Cardoso, segundo as apurações.

Dois dias após a morte da ex-item do Garantido, em 30 de maio, a CENARIUM revelou cinco mandados de prisão e de busca e apreensão contra familiares de Djidja e funcionários do salão Belle Feme. O irmão e a mãe de Djidja Cardoso, Ademar Cardoso e Cleusimar Cardoso, respectivamente, foram presos tentando fugir da polícia. Também havia determinação para prender os funcionários do Belle Femme identificados como Verônica da Costa Seixas, Claudiele Santos e Marlisson Dantas.

Em 7 de junho, a PC-AM deflagrou a segunda fase da operação, cumprindo mandados de prisão contra o ex-namorado de Djidja Cardoso, Bruno Roberto Lima, o ex-fisiculturista Hatus Silveira e dois funcionários de estabelecimento que fornecia drogas ao grupo investigado. O veterinário José Máximo, dono da clínica veterinária MaxVet e responsável por outros estabelecimentos, também foi preso.

A Justiça do Amazonas determinou as prisões de Bruno e Hatus por “inconsistências” nos depoimentos prestados à autoridade policial como testemunhas. Já Máximo teve a prisão determinada por não comparecer ao 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP) para prestar depoimento. Os dois funcionários foram presos por tentativa de obstrução de justiça. A dupla tentou desfazer provas durante a operação de busca e apreensão realizada na primeira fase da operação.

O abuso da sustância de uso veterinário pode ter sido a causa da morte de Djidja Cardoso, em 28 de maio, na residência onde morava, em Manaus. Antes da morte da empresária, a polícia já investigava a criação de uma seita religiosa chamada “Pai, Mãe, Vida”, liderada por Ademar Cardoso, que cooptava funcionários da rede de salões administrada pela família Cardoso a fazer o abuso da substância ilícita cetamina nos rituais.