Economia

“Preto e dinheiro são palavras rivais?”; Conheça sete dicas para melhorar sua saúde financeira

As economistas Bia Santos e Lana Coelho explicam como cuidar do seu dinheiro de uma forma simples


06/09/2023 14h40

Desigualdade social. Desemprego. Fome. Dívidas. Esses são alguns dos muitos desafios que a população mais pobre do Brasil pode enfrentar para conquistar – ou não – o mínimo de saúde financeira.

Para Bia Santos, administradora reconhecida pela revista Forbes como uma das jovens mais influentes do Brasil e fundadora da edtech Barkus, a saúde financeira é fundamental para a população de baixa renda conseguir viver com mais lazer, saúde, educação e poder aquisitivo.

“A saúde financeira está relacionada à nossa capacidade de lidar bem, ter liberdade de escolha e segurança em relação às finanças. É a capacidade de tomar boas decisões hoje, em prol da segurança financeira futura”, explica Bia.

Em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura
Bia Santos e a economista Lana Coelho apresentam recomendações para as pessoas de baixa renda alcançarem a saúde financeira. Vale ressaltar que Lana trabalha em conjunto com a influenciadora Nath Finanças.

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Conheça sete dicas para melhorar sua saúde financeira:

1 - Utilize o cartão de crédito da maneira correta
“Crédito não é um dinheiro que é seu, é um dinheiro emprestado que você tem que devolver. Cartão de crédito é empréstimo. Todo empréstimo tem juros”, afirma Lana Coelho.

A economista também declara que é possível utilizar o cartão de crédito como um aliado. “Uma pessoa de baixa renda às vezes não tem dinheiro para pagar por uma geladeira ou outros bens mais caros, aí ela pode utilizar o crédito. Hoje em dia, dá para conseguir milhas e cashback com esse cartão”, complementa.

2 - Entenda que o seu consumo precisa estar dentro do seu salário

“Você não vai conseguir pagar mil reais ganhando R$ 600, é matemática básica. Se endividar não precisa ser o único caminho para você conseguir aquilo que você deseja”, alerta Coelho.

3 - Aprenda que investir não é “coisa de rico”

Lana diz que há diversas formas de investimento, onde as pessoas podem investir R$ 30, R$ 15 e até mesmo R$ 10. “Mas primeiro você precisa deixar a sua vida financeira em dia. Quite suas dívidas e tenha uma reserva de emergência. Poupe dinheiro para depois investir”, afirma.

4 - Tenha o “adiamento de gratificação” como comportamento

De acordo com Bia Santos, “adiamento de gratificação” é a capacidade de postergar e persistir a desejos momentâneos em prol de objetivos futuros. “É abrir um pouco a mão do hoje em favor do amanhã. Quando a pessoa tem essa perspectiva de futuro ela tem uma vida financeira melhor”, explica.

“É claro que existe o recorte de classe. O jovem de periferia nem sempre tem muito dinheiro para guardar, mas a lógica aqui não é a quantidade, é a constância. Ele pode guardar um real por mês, pois já vai trabalhar essa lógica”, completa.

5 - Saiba o quanto você gasta e o quanto recebe

Isso é importante para o planejamento financeiro. Para Bia, a partir do momento que uma pessoa de baixa renda tem controle sobre o seu dinheiro, ela vai conseguir se organizar para alcançar bens maiores.

6 - “Sankofa”: tenha contato com as suas raízes

“Sankofa”
é um símbolo africano que representa a necessidade do resgate da ancestralidade para a construção do futuro. Esse conceito valoriza os saberes dos antepassados (erros, acertos ou ideias) para o desenvolvimento de cada ser humano.

Nesse sentido, Santos afirma que as pessoas de periferia – que em sua maioria, segundo o IBGE, são negros e com menor poder aquisitivo –  precisam buscar suas referências e saber suas histórias para terem a capacidade de planejar aquilo que almejam.

“É essencial conhecer o lugar de onde a gente veio para entender para onde a gente está indo. Isso é o Sankofa. Compreender o passado nos ajuda a entender onde nós estamos e, consequentemente, nos auxilia a criar caminhos que fazem mais sentido com aquilo que a gente quer”, explica.

7 -
 Estude sobre educação financeira
Hoje na internet há diversas formas para estudar a educação financeira de maneira gratuita.

No Youtube, os canais “Nath Finanças” e “No Front - Empoderamento Financeiro” são alguns dos que ensinam como lidar com o dinheiro sob uma perspectiva periférica e racial. Nathalia Rodrigues e Gabriela Chaves, fundadoras das contas respectivamente, são mulheres negras economistas que vieram de uma realidade de baixa renda. Assim, elas abordam sobre as finanças a partir da realidade das favelas.

No Instagram, a conta “Graninhas” dá dicas sobre finanças de uma forma leve e descontraída. “Falando de dinheiro de um jeito divertido” é o lema da página.

Além disso, a Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), Anbima (Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e o Banco Central oferecem cursos online gratuitos – com emissão de certificado – sobre educação financeira. Confira abaixo:

       - Curso de Gestão de Finanças Pessoais - Banco Central (clique aqui para acessar)
       - “Mercado financeiro de A a Z” - Anbima (clique aqui para acessar)
       - “Curso de Introdução ao Mercado de Ações” (clique aqui para acessar)


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