"Não dá pra medir um evangélico pela régua do Silas Malafaia", diz Boulos sobre eleitorado cristão
Em pergunta, o deputado federal recém eleito responde sobre núcleo evangélico no MTST e relação dos votos para segundo turno
03/10/2022 22h26
O Roda Viva recebe nesta segunda-feira (3) o ativista Guilherme Boulos (Psol), deputado federal mais votado de São Paulo no último domingo (2). O programa também discutirá os resultados das urnas e fará análises sobre o futuro político do Brasil.
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Casado e pai de duas filhas, o político de 40 anos foi a escolha de 1.001.453 eleitores paulistas para representar o estado na Câmara dos Deputados a partir de 2023. Além de ser uma das principais lideranças da esquerda no país, ele também é professor, bacharel em filosofia, psicanalista e escritor.
Questionado pelo repórter do The Intercept Brasil, Ricardo Galhardo, o deputado eleito fala sobre relação de voto dos evangélicos entre os candidatos Luiz Inácio Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Boulos especifica a diferença dos eleitores e reitera que nem todos os evangelhos apoiam a extrema direita. Além disso, enfatiza que o candidato Bolsonaro só tem força voto nesse núcleo porque, de acordo com o deputado, o presidente recebe "influências de grandes entidades evangélicas".
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"Na eleição deste anos, o voto religioso — especificamente desse eleitorado evangélico — teve um papel mais relevante do que em muitas outras. Você me contou uma vez que no MTST tem muito evangélico, e que eles fazem cultos nas ocupações, e são pessoas que assimilam e defendem os ideias do movimento. Eu queria saber, onde é que está o erro da esquerda de não conseguir dialogar e trazer pra si esse eleitor evangélico?", pergunta o jornalista.
"Olha Galhardo, primeiro temos que fazer uma separação entre determinadas lideranças evangélicas que se renderam ao fundamentalismo e se renderam a extrema direita, e os 30 milhões de evangélicos no Brasil. Não dá pra medir um evangelho pela régua do Silas Malafaia", responde Boulos.
O candidato ainda fala sobre o fato de grande parte dos seguidores da fé evangélica serem de regiões periféricas do país e "que tem as demandas que qualquer brasileiro das periferias tem. É um público que vai no açougue e vê que a carne moída está custando o preço da picanha, que vai no SUS e vê que o atendimento piorou", argumenta o deputado.
Nesta noite, participarão da bancada de entrevistadores Alberto Bombig, colunista do UOL, Maria Cristina Fernandes, colunista do Valor Econômico e comentarista da CBN, Ricardo Galhardo, analista político da Agência Brasília Alta Frequência e colaborador do Intercept Brasil, a repórter da Folha de S. Paulo Tayguara Ribeiro, e Bela Megale, colunista do Jornal O Globo e comentarista da Rádio CBN.
Assista ao programa completo:
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