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Juliette Freire, de 31 anos, entrou para um reality show como anônima e, em menos de três meses, descobriu ter conquistado a atenção do público. A paraibana virou um fenômeno, ganhou mais de 30 milhões de seguidores no Instagram e hoje tem diversos contratos fechados com grandes marcas, como Avon, L’Occitane au Brésil e Americanas. Mas como explicar o sucesso da advogada e maquiadora?

O site da TV Cultura entrevistou especialistas em marketing digital, e duas fãs, para examinar os motivos pelos quais o Brasil continua acompanhando de perto a ex-BBB.

Para Bruna Vicente, sócia proprietária da agência BVOLT, existem algumas razões diferentes para a paraibana ter conquistado o coração de tantos brasileiros. A primeira é pelo "enredo" que o programa seguiu: logo no início, Karol Conká foi rotulada como a "vilã" e a sua primeira "vítima" foi Lucas Penteado. Com a saída dele, Juliette entrou para o posto de "mocinha" aos olhos do público, mas virou alvo de Karol e sentiu ataques de outros participantes.

Bruna comenta que a audiência se identificou com Juliette por acontecimentos dentro do reality show. A maquiadora sofreu xenofobia, foi motivo de piadas, taxada como "instável" e votada por amigos próximos.

"Nós seres humanos temos uma tendência muito forte de sentir a dor do outro e o programa mostrou, evidentemente, situações onde ela foi injustiçada. A audiência teve empatia. As pessoas não achavam justo o que estava acontecendo e viraram parceiras da Juliette, a acolheram como gostariam de ser acolhidos na própria vida", complementa Rodrigo Volponi, CEO da Web Mentoring.

O CEO também menciona o momento atual, com mais um ano de luta contra a Covid-19. "Quem pôde, ficou em casa, deixou de conviver socialmente e passou a ser um pouco solitário. Nesse momento, a gente se envolve com um programa de entretenimento, se apega nessas características da pessoa, de empatia, de dificuldade e com questões de justiça e o exército que acompanha a Juliette hoje é fruto do que aconteceu no mundo".

Alguns dizem que nem Freud explica o sucesso de Juliette, mas Volponi cita o livro 'O Mal-estar na Civilização' como uma das justificativas. Segundo a obra, o ser humano nasce com o princípio do prazer e da realidade, que são opostos. E este choque gera angústia e sofrimento, mas também produz a capacidade de fantasiar. "Fantasiamos com situações de heróis e vilões, com pessoas certas e pessoas erradas e estamos reféns disso em todas as situações que vivemos. Com isso, nos apegamos mais a personagens e pessoas que gostaríamos de ter por perto, pela personalidade e características. O que aconteceu com a Juliette", afirma Volponi.

Os especialistas também acreditam que a assessoria de marketing, da ex-participante foi um dos pontos cruciais para o seu sucesso, durante e após o programa. "Tudo que acontecia e envolvia a Juliette, eles já estavam fazendo postagens, memes e enquetes. Era muito instantâneo e é um ponto positivo já que o que acontece agora, uma hora depois já é velho", comenta Bruna.

Volponi menciona que a psicologia tem tudo a ver com o marketing e a humanização de uma estratégia de venda. Para ele, foi o que aconteceu com a paraibana, já que sua equipe se aproximou do público em interações e tentou esclarecer todas as suas atitudes e comentários no programa.

O olhar dos cactos

Cactos é o nome recebido pela torcida de Juliette, referência à origem nordestina da participante. Para os fãs ouvidos pela TV Cultura, os brasileiros sentiam falta de ter um ídolo para admirar. "A Juliette uniu tudo de bom, ela tem o carisma e a simplicidade ao mesmo tempo, ela canta e fala muito bem, ela pode investir em qualquer área que será muito bem-sucedida", comentou Nina, administradora do fã clube do Twitter @cadelinhadajul.

Em uma live do Instagram, que ocorreu em maio, Juliette demonstrou que pode fazer sucesso em áreas distintas. A ex-participante relatou sua experiência com a leitura de 'Os Quatro Compromissos - Um guia prático para a liberdade pessoal', de Don Miguel Ruiz. Após sua indicação, o livro alcançou o primeiro lugar das obras mais vendidas no Brasil no site da Amazon.

O mesmo aconteceu quando a maquiadora comentou sobre a importância de usar a máscara do modelo PFF2, para evitar o contágio da Covid-19. Seu relato fez com que a procura do produto crescesse em menos de 24 horas, segundo o Google Trends.

Uma das primeiras comprovações na prática do "fenômeno Juliette" aconteceu durante a última prova do líder do programa, da qual a paraibana foi vencedora. Durante o desafio, os participantes conheceram um novo modelo de smartphone, muito elogiado por Juliette. Algumas horas depois, o estoque do produto, que custa em torno de R$ 9 mil, esgotou.

Além dos motivos já mencionados pelos especialistas de marketing, os cactos afirmam que uma das razões do jogo de Juliette ter feito tanto sucesso é pelo fato de não ter deixado "nenhum ponto sem nó". "Tudo que fazia, ela explicava para o público. Cada rompimento, afastamento e decisão tinha os seus motivos e seu jogo foi muito coerente".

Para Gabrieli Valentim, de 21 anos, a ganhadora do programa conseguiu mostrar nos 100 dias dentro da casa como lidar com qualquer situação e até nos momentos que o público imaginava que escorregaria, "ela se mostrava íntegra e uma boa pessoa. Estamos carentes de boas pessoas".

"O público dela é completamente apaixonado e faz de tudo para gerar engajamento. Ela virou a namoradinha do Brasil e está se preparando muito para dar o melhor dela e chegar a todos, não só quem a acompanha pela internet. Então acredito que podemos esperar uma próxima Sabrina Sato e Grazi Massafera, que são lembradas além do BBB", responde Nina, quando questionada se o sucesso de Juliette será duradouro.

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