Presente na Olimpíada, funk ganha mais popularidade no Brasil e no mundo
Música da apresentação da medalhista Rebeca Andrade, gênero é uma marca das periferias brasileiras
05/08/2021 21h18
A popularidade do funk subiu alguns degraus este ano depois de embalar a ginasta medalhista de ouro em Tóquio Rebeca Andrade. Antes um gênero musical das periferias, hoje o funk está em festas de todas as classes sociais. No entanto, apesar do sucesso no Brasil e no mundo, ainda é cercado de preconceito e polêmica.
Filho da música negra americana, o próprio nome do estilo musical vem do inglês e tem conotações sexuais. No Rio de Janeiro, ele ganhou a forma como é mais conhecido atualmente.
De acordo com a antropóloga Stella Schrijnemaekers, a primeira música considerada um funk no Brasil se chama “Melô da mulher feira”, de composição do DJ Marlboro. “É uma letra muito preconceituosa em relação às mulheres, a letra é pesada para todas as mulheres”, comenta.
A música de batida forte e ritmo dançante originou os gigantescos bailes funk. No começo, uma marca da periferia. Hoje em dia, o ritmo marca presença na maioria das festas pelo Brasil.
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O baile de favela, levado para a Olimpíadas de Tóquio pela medalhista Rebeca Andrade em sua apresentação de solo, e a inclusão do funk como estilo musical na premiação do Grammy Latino também apontam para o reconhecimento da cultura que já foi marginalizada.
“Há bastante preconceito sim, mas eu vejo que o funk tá chegando em locais que eu não imaginaria que chegaria”, diz DJ Keel, funkeiro e produtor musical.
A funkeira Anitta tem parte do crédito dessa mudança, assim como outras mulheres que trabalham com funk. Porém, o tom sexista, que discrimina e diminui o valor do feminino, ainda são presentes nas letras.
“Já na década de 90, a gente vai ter uma coisa uma preocupação social com questões da periferia, do crime, da violência policial. Então vai passando por transformações, o fato da gente ter hoje mulheres MCs tem mudado muito o jogo”, comenta a antropóloga.
Para quem ainda curte o gênero, não custa lembrar que funk também pode ser ciência. A música do MC Fioti, popularizou de um jeito único o instituto Butantan, que produz uma das vacinas contra a Covid-19, em plena pandemia.
Veja mais sobre o tema na matéria que foi ao ar esta quinta-feira (5) no Jornal da Tarde:
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