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Divulgação/O2 Filmes
Divulgação/O2 Filmes

Com estreia prevista ainda em 2019, o filme “Marighella”, dirigido por Wagner Moura e estrelado por Seu Jorge, teve seu lançamento adiado  devido a complicações com a Ancine (Agência Nacional do Cinema) e a pandemia do novo coronavírus. O longa deve chegar às telonas dos cinemas nacionais no dia 4 de novembro.

O filme “Marighella”, baseado na biografia homônima (2012) de Mário Magalhães, conta a história do poeta, escritor e guerrilheiro Carlos Marighella, protagonista na luta contra a ditadura militar no Brasil (1964-1985). Além de Moura na direção, e o cantor Seu Jorge no papel principal, o longa também terá participação de Bruno Gagliasso, Adriana Esteves e Humberto Carrão.

Em sua conta do Twitter, Gagliasso comemorou a nova data de lançamento do filme, e ainda mostrou frustração pelos adiamentos: “Muito feliz em anunciar que, apesar de todas as tentativas para sabotar essa estreia, Marighella - O Filme tem data para estrear nas telonas.”


O filme foi lançado mundialmente no Festival de Berlim, em fevereiro de 2019. Desde então o principal objetivo dos produtores é que “Marighella” seja passado nos cinemas nacionais, afinal se trata de um expoente da história brasileira que poucos conhecem. No entanto, a data de estreia do filme, então prevista para 20 de novembro de 2019, foi adiada pela produtora O2 Filmes por não conseguir cumprir com os trâmites exigidos pela Ancine.

Depois disso, a estreia foi adiada para maio de 2020 e, posteriormente, para abril do mesmo ano. A pandemia dificultou o lançamento do filme, visto que os cinemas do Brasil e do mundo fecharam em função das medidas de distanciamento para conter a Covid-19.

Com a vacinação em massa e as taxas de contaminação e óbito em queda, o setor cultural tem retomado as atividades, o que inclui uma nova data de lançamento para “Marighella”. Dia 4 de novembro o longa deve chegar aos cinemas, marcando o aniversário da morte do guerrilheiro.

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Sobre Marighella

Nascido em 1911 em Salvador, Carlos Marighella é fruto do casamento entre o pai italiano e a mãe negra, filha de escravos. Em 1929, iniciou seus estudos na Escola Politécnica da Bahia, cursando Engenharia Civil. Foi nesse ambiente que teve o primeiro contato com a repressão. Na época estava vigente no Brasil o Estado Novo, comandado pelo presidente Getúlio Vargas.

Foi assim que Marighella se familiarizou com a resistência à ditadura. Em 1934, abandonou a academia para se tornar militante do PCB (Partido Comunista Brasileiro). Foi preso e torturado sob o regime. Além disso, teve relativa participação na política nacional, ocupando cargos de alto escalão no PCB e elegendo-se deputado federal em 1946.

No entanto, o auge de sua trajetória enquanto expoente da resistência contra a repressão foi durante a ditadura militar brasileira, que durou 21 anos. Já em 1964, ano do golpe de Estado que colocou o exército no poder, Marighella foi preso pelo Dops (Departamento de Ordem Política e Social) - órgão repressivo do regime.

Em 1965, o guerrilheiro decide deixar a resistência pacífica e se juntar à luta armada. É quando ele começa a ter desavenças com o PCB e funda sua própria resistência, a Aliança Libertadora Nacional (ALN). O grupo torna-se o principal movimento armado contra o regime, e Marighella torna-se o principal inimigo da ditadura.

Carlos Marighella foi morto a tiros em novembro de 1969 por agentes do Dops. Apesar disso, a ALN continuou vigente contra a repressão e o regime militar até 1974. Em 2012, mesmo após sua morte, Marighella recebeu uma anistia oficial, sancionada pelo Ministro da Justiça da época, José Eduardo Cardozo.

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