Além dos desfiles, festas e ensaios, as escolas de samba têm um lado pouco divulgado. Muitas agremiações desenvolvem projetos sociais em prol de suas respectivas comunidades.

Em São Paulo, tempos antes do desfile oficial, a grande maioria das escolas de samba promovem a famosa escolinha de bateria para ensinar a comunidade a tocar os instrumentos. Mas além disso, outras ações são exercidas frequentemente, como é o caso da Unidos de Vila Maria, agremiação do Grupo Especial do carnaval paulista, localizada na Zona Norte.

A escola de cores verde, azul e branca tem um dos projetos sociais mais completos dentro do Carnaval, nomeado como “Vila Maria Um Caso de Amor”. Ele atua há 22 anos nos mais diversos segmentos. Entre as atividades culturais estão as aulas de capoeira, ballet, teatro, cavaquinho, violão, fotografia, canto e coral, tratamento digital e a bateria mirim, onde ensina crianças a tocar os instrumentos que compõem a bateria de uma escola de samba. Além de todos estes, a agremiação também atende a área da saúde como a psicologia, fisioterapia, odontologia, psicopedagogia, fonoaudiologia, equoterapia e terapias em geral. Nos esportes, eles oferecem o futebol, patinação artística e karatê. A Unidos de Vila Maria também realiza alguns cursos profissionalizantes, doações de comida, roupas e planejam outros projetos para o ano de 2022.

O projeto já atendeu mais de 170 mil pessoas e para a diretora do Departamento Social da escola, Vania Vilhena, essas ações são fundamentais para a comunidade dos arredores: “Nós observamos a demanda e como o bairro é carente de ações políticas culturais. E nós podermos oferecer estes cursos é de muita valia. Temos pessoas que saem de lá aptas ao mercado de trabalho, vemos a melhora de quadros clínicos.”

Na Zona Sul, a Estrela do Terceiro Milênio, escola recém chegada ao Grupo Especial, fica responsável por tocar esses projetos, conhecidos como “Estrela Em Ação”.

“Temos umas 150 crianças participando ativamente do projeto e cerca de 120 adultos, entre voluntários, educadores e participantes.”, diz Mel Dourado, responsável pelo Departamento Social da escola.

A agremiação do Grajaú, em parceria com o Centro Cultural, localizado ao lado da quadra da escola de samba, atende crianças a partir dos sete anos de idade, nas aulas de ballet clássico acadêmico, street dance, aikidô e os escoteiros mirins: “Eles serão os futuros componentes da escola. Aqui eles desenvolvem o lado musical, artístico.”, afirma Mel.

Mas os adultos não ficam de fora do projeto. Para os mais velhos a Coruja oferece um curso de padaria.

A Imperatriz da Paulicéia, da Zona Leste, representante do Grupo de Acesso II, também está de olho no social. Com o “Imperatriz Solidária”, eles oferecem capoeira, muay thai, percussão mirim, ritmos, curso de manicure, reforço escolar, além das aulas de ballet e samba no pé, ambas ministradas pela bailarina e rainha da bateria da escola, Ariê Suyane. Para ela, o projeto se trata de dar novas oportunidades: “É muito importante termos esse projeto social, porque além de darmos conhecimento, nós abrimos portas.”

A arrecadação e doação de alimentos e agasalhos também faz parte da programação da azul e branca.

Para a rainha de bateria o projeto chegou mudando sua vida, pois permite que ela ensine tudo aquilo que aprendeu: “O carnaval para mim é isso, transformação!”, finaliza.

Todas as atividades promovidas pelas escolas de samba citadas acima são realizadas de maneira gratuita e com a ajuda de voluntários. Os patrocinadores e doadores são fundamentais para continuidade dos projetos.

As inscrições são realizadas pessoalmente nas quadras das devidas agremiações.

Endereços e contato:

Unidos de Vila Maria
Endereço: Rua Cabo João Monteiro da Rocha, 448 – Jardim Japão
Telefone: (11) 2939-2067

Estrela do Terceiro Milênio
Endereço: Rua José Antunes Cerdeira, 71 - Grajaú
Telefone: (11) 5939-6757

Imperatriz da Paulicéia
Endereço: Av. Dr. Bernardino Brito Fonseca de Carvalho - Vila Talarico
Telefone: (11) 2653-2125