Caracterizado como subversão da ordem institucional — que pode apresentar ou não apresentar violência, a palavra "golpe" tem sido comumente repetida nas redes sociais com a chegada das eleições.
Apesar de a definição de golpe de Estado, ter sido conceituado como citado, nem sempre foi compreendida nesse sentido. Para entender melhor o cenário político, separamos quatro livros que podem nortear a visão sobre voto, democracia, liberdade e Direitos humanos dentro da política do país.
50 anos construindo a democracia - Mário Sérgio de Moraes
O livro traz histórias de personagens que viveram o golpe de Estado de 1964, costurando com momentos da atualidade. A narrativa conta como a ditadura se instalou no país, as questões econômicas e políticas que envolveram, revelando o apoio camuflado dos Estados Unidos. Graduado em História pela Universidade de São Paulo em 1974, o escritor traz nas páginas arquivos além de lembranças pessoais do cenário no Brasil.
Como as democracias morrem - Steven Levitsky e Daniel Ziblatt
Lançado em 2018 nos Estados Unidos e traduzido para o português o livro ainda promove temas atuais. A narrativa busca mostrar como a democracia é frequentemente balançada por líderes e atores de tendência autoritária que, navegando através de suas mesmas instituições e poderes, terminam por transformá-la em um regime ditatorais, sem necessariamente precisar utilizar das forças armadas ou de um golpe de Estado clássico.
Em entrevista para o Roda Viva na segunda-feira (19), o escritor Steven Levitsky reiterou suas falas de defesa a democracia, afirmando os riscos de líderes autoritários. E, o autor revelou a publicação do segundo volume do livro, que abordará as políticas do ex-presidente Donald Trump e de Jair Bolsonaro.
Heroínas desta História - Clara Borges e Tatiana Merlino
O livro amplia as vozes das mulheres que fizeram parte da luta a favor da democracia do país. Mães, irmãs, esposas e filhas que se posicionaram contra o autoritarismo de diferentes maneiras. A história revela que essas mulheres foram presas e torturadas — muitas ainda gestantes. As páginas contém homenagens a Elizabeth Teixeira, Ilda Martins da Silva, Clara Charf, Clarice Herzog e muitas outras. Algumas companheiras de líderes políticos, outras jornalistas, ativistas e defensoras da liberdade de expressão e do direito ao voto no Brasil.
Ruptura: Uma crise na democracia liberal - Manuel Castells
O livro levanta aspectos como: adversidade econômica, precariedade de trabalho, desigualdade social; o terrorismo fanático, intolerância religiosa, violações aos direitos humanos e à vida, mostra um colapso da democracia liberal.
No livro, Castells levanta uma atrito profundo na relação entre governantes e governados, refletida no sentimento de que as instituições políticas “não nos representam”. E esse sistema "antipolítico" pode servir como palanque para autocratas, por isso, o escritor levanta a defesa do conhecimento das instituições, liberdade de questionamento e crítica.
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