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Montagem/TV Cultura
Montagem/TV Cultura

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) inaugura nesta sexta-feira (30) três novas exposições como parte do ano dedicado às "Histórias indígenas". As mostras são do artista yanomami venezuelano Sheroanawe Hakihiiwe, de cerâmicas e metais pré-colombianos do Comodato MASP Landmann e do cineasta indígena norte-americano Sky Hopinka

Ao longo do ano, estão sendo apresentadas exposições, cursos, palestras, oficinas e publicações que propõem abordar e debater a complexidade de materiais, culturas, filosofias e cosmologias indígenas. Além disso, o museu tem o intuito de promover a discussão a respeito das representações indígenas e o silenciamento da produção artística dos povos nativos na chamada "história oficial" da arte.

Exposição de cerâmicas e metais pré-colombianos do Comodato MASP Landmann

Data de exibição: 30 de junho a 3 de setembro de 2023


Foto: Montagem/TV Cultura

Ocupando o espaço do segundo subsolo do museu, a mostra reúne 721 objetos arqueológicos de arte produzidos por povos ameríndios entre os séculos 2 a.C. e 16. A exposição conta ainda com o lançamento de um catálogo desenvolvido especialmente para a exposição. O livro possui 408 páginas, três ensaios inéditos em português e mais de 800 imagens.

Esta é a segunda exposição dedicada ao comodato da coleção de arte pré-colombiana de Edith e Oscar Landmann. A primeira ocorreu em 2019, na programação do ano dedicado às “Histórias das mulheres, histórias feministas".

Desta vez, o público terá acesso a objetos atribuídos a 35 culturas arqueológicas do continente americano: Chavín, Paracas, Nasca, Moche, Huari, Lambayeque, Chimú, Chancay, Inca, Calima, Tolima, Zenú e Muísca, assim como as Marajoara, da Amazônia brasileira. Antigas populações de regiões que hoje pertencem aos territórios do Equador, Peru, Colômbia, Venezuela, Panamá, México, Brasil e dos países caribenhos.

“A história das populações originárias do continente americano é pouco conhecida pela maioria dos brasileiros, estando praticamente ausente em referências bibliográficas e nos livros didáticos produzidos no país. Por outro lado, a difusão do conhecimento arqueológico e etnográfico da América Indígena vem se ampliando a partir de iniciativas de museus e outras instituições do campo das artes. É neste cenário que se apresenta a segunda exposição do Comodato MASP Landmann”, destaca Marcia Arcuri, curadora-adjunta de arte pré-colombiana.

Exposição do artista yanomami venezuelano Sheroanawe Hakihiiwe

Data de exibição: 30 de junho a 24 de setembro de 2023


Foto: Divulgação

A exposição reúne 109 desenhos, monotipos e pinturas que resgatam tradições ancestrais, a memória oral e os saberes cosmológicos da comunidade yanomami do artista, que fica localizada no município de Alto Orinoco, na Amazônia venezuelana.

A mostra “Sheroanawe Hakihiiwe: tudo isso somos nós” ocupa a galeria localizada no primeiro subsolo do museu.

Em diversos desenhos e pinturas, o artista usa tintas fabricadas artesanalmente e extraídas de folhas, frutas, animais e madeiras. Com técnica de produção de papel com fibras vegetais nativas, que serve como suporte para os desenhos produzidos, ele costuma retratar a intensa relação que sua comunidade tem com a paisagem local.

“O trabalho que faço nestes papéis é próximo de todo o universo que conheço com a uriji [floresta], que vejo quando ando por ela acompanhado das pessoas da comunidade e da família. [...] Também conheço os animais e as plantas, seus rastros e como se movem na floresta. O shapori [xamã] fala comigo e me conta sobre as coisas, animais falam por meio dos xamãs, os espíritos nos ajudam”, conta Sheroanawe Hakihiiwe.

De acordo com o curador André Mesquita, “realizar uma exposição de Hakihiiwe no ano das Histórias indígenas, no MASP, significa apresentar ao público histórias de luta, sobrevivência e resistência, mas também de beleza, diversidade e criação, atentando para [..] a preservação dos povos originários, de seus conhecimentos ancestrais e das pluralidades de suas culturas e territórios”.

Esta, que é a primeira exposição do artista em um museu no Brasil, também acompanha um catálogo em volume bilíngue (português/inglês) com a reprodução de obras do yanomami.

Sala de vídeo: Sky Hopinka

Data de exibição: 30 de junho a 13 de agosto de 2023


Foto: Divulgação

Realizada no segundo subsolo do museu, a sala de vídeo do artista Sky Hopinka exibe produções audiovisuais que visam manifestar a complexidade da identidade indígena contemporânea nos Estados Unidos.

Com vídeos intitulados “Kicking the clouds” e “Mnemonics of Shape and Reason”, ambos de 2021, as obras refletem por meio da paisagem, da música e da linguagem, as tradições e práticas ancestrais que sobreviveram a sistemas de opressão em comunidades ameríndias atualmente localizadas em território norte-americano.

O cineasta, membro da Nação Ho-Chunk de Wisconsin e descendente da Pechanga Band dos Índios Luiseño, apresenta a partir de meios de comunicação pessoais, documentais e não ficcionais, a sua visão sobre a paisagem e a terra indígena.

“Se sua prática artística é inspirada pela comunidade à qual pertence, seu trabalho é uma maneira clara de resistir ao olhar etnográfico que busca situar, definir e determinar o que é autêntico e o que não é”, pontua a curadora María Inés Rodríguez.


O programa do ano, voltado a Histórias indígenas (2023), dá sequência às exposições dedicadas às Histórias no MASP, que acontecem desde 2016 e incluem Histórias da infância (2016), Histórias da sexualidade (2017), Histórias afro-atlânticas (2018), Histórias das mulheres, histórias feministas (2019), Histórias da dança (2020) e Histórias brasileiras (2021-22).

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Funcionamento do MASP

Horários: terça gratuita, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até às 17h); fechado às segundas. Entrada gratuita em todas as primeiras quintas-feiras do mês.
Ingressos: R$ 60 (entrada); R$ 30 (meia-entrada)
Local:
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista
Telefone:
(11) 3149-5959
Agendamento on-line obrigatório pelo site 

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