Após três anos fechado, Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira é reinaugurado em Salvador

O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab) foi reinaugurado na última segunda-feira (6), em Salvador (BA). Após ter ficado três anos de portas fechadas em decorrência da pandemia de Covid-19, o local reabriu com megaexposição intitulada “Um Defeito de Cor”, que conta com mais de 350 obras de mais de 100 artistas das Américas e da África.

No mês da Consciência Negra, a exposição inaugural faz um estudo historiográfico sobre os contextos socioculturais que levaram às lutas pela liberdade a partir do Brasil Império (1882-1889), além de abordar ainda os desdobramentos contemporâneos.

“Um Defeito de Cor” é uma interpretação do romance literário de mesmo nome, da escritora mineira Ana Maria Gonçalves. Dividida em 10 ambientes, a mostra traz desenhos, pinturas, vídeos, esculturas e instalações.

Colagens de arte contemporânea da baiana Yêdamaria, esculturas do baiano Mestre Didi em troncos de palmeiras e fotografias do nigeriano Iké Udé estão entre as obras expostas.

“É o ponto de partida e de encontro de diversas potências negras do nosso povo. Mais um passo na reparação necessária e na reafirmação de que Salvador é a capital negra fora da África”, afirmou Pedro Tourinho, Secretário de Cultura e do Turismo do município.

Os espaços retratam desde a divisão do trabalho a que escravizados foram submetidos em ambientes domésticos até as festas afro-religiosas no Brasil, como o “Presente de Iemanjá” na capital baiana, que completou 100 anos em 2023.

A exposição fica aberta ao público até 3 de março de 2024.

Conheça o museu

Localizado no Centro Histórico de Salvador (BA), o museu foi inaugurado em 2009, ocupando um edifício neoclássico centenário, que já foi sede do Tesouro do Estado da Bahia. Intervenções recentes fizeram melhorias no piso, nas paredes e no sistema elétrico. O objetivo da Prefeitura é tornar o Muncab o maior museu afrodiaspórico da América Latina.

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"Como dizia a educadora soteropolitana, Makota Valdina, é preciso ser sujeito dessa história e não objeto. As matrizes africanas têm o papel fundamental na construção da identidade brasileira. Entretanto, o que vemos ao longo dos anos é que a ignorância insiste no apagamento dessas contribuições. O museu é um espaço de memória, mas, também, é um espaço de reconhecimento, de reflexão e de reconexão”, celebra Cintia Maria, diretora do Muncab.

Os ingressos podem ser adquiridos pelo site (clique aqui) ou pela bilheteria do museu. 

Serviço

Local: Rua das Vassouras, 25 - Centro Histórico de Salvador, Bahia.
Exposição: de 6 de novembro de 2023 até 3 de março de 2024.
Funcionamento: de terça-feira a domingo, das 10h às 17h. Acesso até às 16h30.
Valor Ingressos: R$ 20; meia-entrada garantida a partir de 14 de novembro. Entrada gratuita às quartas-feiras.
Classificação indicativa: Livre.

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