O Provoca desta terça-feira (7) recebe o cineasta Renato Barbieri, diretor do documentário "Servidão", que retrata o trabalho escravo ainda presente no Brasil. Na entrevista, ele diz acreditar que somos ensinados a ser racistas desde a escola e explica o porquê da Lei Áurea, celebrada em todo 13 de maio, não ter cumprido o seu papel.
“O currículo do MEC, até hoje, é extremamente racista. Quando você não ensina a história do negro no Brasil, a história da África, a história dos indígenas. No nosso estudo (escolar), os indígenas aparecem na primeira missa, e de lá pra cá, parece que não tem mais história, eles ficaram lá”, afirma Barbieri.
Lançado em 2019, "Servidão" entrevista trabalhadores escravizados e abolicionistas que foram descobertos pelo cineasta por meio da pesquisa feita para seu filme "Pureza".
Leia mais: Atuação de Israel em Gaza já deixou mais de 34,7 mil mortos
Mega-Sena pode pagar até R$ 37 milhões no sorteio desta terça-feira (7)
A exclusão da memória e da participação social de determinados grupos é, segundo suas palavras, uma forma de desqualificar um povo ao mostrar que "ele não tem história".
“Hoje, as correntes são mentais. Um dos jeitos de escravizar é desqualificar a pessoa. A desvalorização é uma das principais ferramentas de domínio (...) A escravidão, tanto rural quanto urbana, teme esse elemento escravagista de desqualificar o escravizado, é algo que mantém ele sem ação”, explica Barbieri.
Apresentado por Marcelo Tas, a entrevista completa vai ao ar às 22h na TV Cultura, no site da emissora e no canal do Provoca no YouTube.
Conheça Renato Barbieri
Nascido em Araraquara, no interior de São Paulo, o artista foi para Brasília há 30 anos. Na capital federal, fundou a GAYA Filmes, onde acumula o papel de produtor e diretor. Realiza filmes de longa-metragem e séries para TV nos formatos ficção, documentário e animação, sempre tendo como foco principal produtos audiovisuais de relevância social e ambiental.
Barbieri é cineasta e tem uma carreira ligada ao documentário, ao cinema e vídeos educativos. Formado em Psicologia pela PUC/SP (1986), cursou Comunicação e Semiótica pela mesma universidade, onde foi, também, professor do curso de Jornalismo na cadeira de Projetos Experimentais.
Reveja a última edição do Provoca
REDES SOCIAIS