Esporte

"Aquilo fortaleceu mais ainda minha paixão pelo futebol": Serginho Groisman comenta sobre o ex-lateral Wladimir e a Democracia Corinthiana

Jogador fundou um dos maiores movimentos políticos dentro do futebol brasileiro que marcou a geração que vivenciou a Ditadura Militar


01/09/2020 10h51

No Roda Viva de ontem (31), o jornalista e apresentador Serginho Groisman falou sobre seu amor por futebol e pelo seu time do coração, o Corinthians, que completa nesta terça-feira (1), 110 anos.

Serginho diz acreditar no papel social que o futebol exerce, e relembra quando conheceu o ex-lateral do time Wladimir Rodrigues dos Santos, um dos fundadores da Democracia Corinthiana.

“É uma pessoa maravilhosa, que sempre entendeu o papel dele enquanto negro, (...). Nos anos 80, eu vendo a Democracia Corinthiana implantada no time do meu coração, (...) eu indo ao estádio e vendo o Sócrates, Casagrande, Wladimir, entrar com uma faixa falando ‘Diretas Já!’, o quê mais você quer? O time que você ama, explicitando um valor político tão importante, não só para mim, mas para toda a sociedade num geral, eu acho aquilo lindo. Aquilo fortaleceu mais ainda minha paixão pelo futebol”, relata.

Veja mais: Perdeu o Serginho Groisman no Roda Viva? Assista à íntegra da entrevista

Wladimir foi o jogador que mais vestiu a camisa do Corinthians na história. Foram 805 jogos, sendo 161 seguidos sem contusões ou suspensões. É considerado pelos especialistas em futebol, o melhor lateral esquerdo do Timão.

Nos anos 1980, ao lado dos outros jogadores Sócrates e Casagrande e Zenon, fundou a Democracia Corinthiana, o maior movimento ideológico da história do futebol brasileiro.

O movimento foi de 1982 até 1984, durante o período repressivo da Ditadura Militar. Surgiu com a saída de Vicente Matheus na presidência e uma péssima atuação na temporada de 1981. Waldemar Pires assumiu a presidência e o sociólogo Adilson Monteiro Alves ficou como gerente de futebol.

Nesse contexto, a Democracia tinha intuito de que todas as decisões técnicas tomadas pelo clube, como contratação ou demissão de jogadores e escalação do time, deveriam antes ser votadas por todos os jogadores e funcionários da equipe. Ou seja, todas as decisões do time eram tomadas de maneira democrática, roupeiro e presidente tinham o mesmo valor de voto.

O movimento resultou em duas vitórias no Campeonato Paulista, em 1982 e 1983, além das semifinais do Campeonato Brasileiro e quitação de dívidas acumuladas pelo clube. A Democracia começou a se desfazer, com a saída de Sócrates para a Itália e a de Casagrande para o São Paulo.

Além da atuação a cerca do clube, a Democracia Corinthiana também se posicionava politicamente no contexto atual do país na época. Os jogadores entravam em campo com faixas pedindo a volta da Democracia no Brasil e o apoio às Diretas Já, como foi lembrado por Serginho. 

Em 1984, uma das maiores manifestações do movimento Diretas Já aconteceu no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. Os jogadores da Democracia Corinthiana marcaram presença, e Sócrates, prestes a ir para a Itália, discursou que não iria embora se a emenda fosse aprovada. Mais uma vez, o posicionamento dos jogadores e do time entrou para a história. 

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