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Divulgação / Assessoria
Divulgação / Assessoria

“A infância foi meio que roubada pelo esporte, mas é algo que vale a pena. ”. Bernardo Actos treina atletismo desde que tinha apenas seis anos de idade, mas compete desde os oito, quando pôde entrar nas competições oficiais de seu estado.

O maior problema da rotina não eram só os treinos. Natural de Sete Lagoas, Minas Gerais, Bernardo demorava uma hora e meia para chegar aos treinos no Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte. Então três horas de seu dia eram destinados somente ao transporte.

Os estudos começavam às cinco da manhã, e só voltava para casa depois das sessões de treino quando já eram dez horas da noite.

O esforço, pelo menos, foi muito recompensado em forma de títulos ao longo desses anos de esporte. Tendo ganho campeonatos tanto no Brasil quanto fora, 2016 foi seu ano mais especial.

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“Eu participei de todos os campeonatos possíveis esse ano e ganhei todos. Venci o campeonato brasileiro juvenil e adulto, que não era minha categoria. Ganhei o pan-americano juvenil e o mundial de atletismo escolar, que foi meu título mais marcante até agora. ”

Refletindo sobre o apoio que teve ao longo da carreira, ficam mais impressionantes os feitos do atleta. Por ter entrado muito novo no clube, ainda era jovem demais para receber qualquer tipo de ajuda financeira do Minas, então muito de seu começo na ginástica Bernardo dedica aos pais: “foram realmente os maiores incentivadores dessa minha carreira”.

No momento mais delicado da carreira, porém, Actos não consegue reclamar de nada que o clube tenha feito. Durante a seletiva para o pan-americano, os melhores em desempenho provavelmente seriam chamados para as Olimpíadas de Tóquio, em 2020.

Com a segunda colocação entre os competidores brasileiros, eram altas as chances de Bernardo compor o time que disputaria os Jogos Olímpicos. Porém, em um exercício de barra, um dos movimentos mais confortáveis para o rapaz, o ombro saiu do lugar.

“Eu pensei que tinha sido de uma outra cirurgia que eu tinha feito, mas os médicos lá logo me disseram que não tinha relação.”. A pior notícia estava ainda por vir, com certeza a lesão o tiraria de qualquer competição em um futuro breve. Isso incluía Tóquio.

“Me deixou bem mal, na verdade, porque era uma chance clara de conquistar a vaga, quem foi no meu lugar conquistou ela com uma nota mais baixa que eu estava antes, me deixou frustrado, mas me deu esperança de que eu podia estar lá dentro em breve.

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O que seria um momento complicado para atleta só não ficou pior porque Bernardo recebia um suporte muito bom das pessoas a sua volta, especialmente no que se refere a estrutura do clube.

“Não pensei que minha carreira ia acabar com a lesão, porque eu já tinha passado por uma cirurgia e tinha conseguido voltar a praticar normalmente. Essa parte, inclusive, foi bem trabalhada com uma psicóloga e também com a parte nutricional. Além, claro, da parte dos médicos, fisioterapia...”

Conversando com Bernardo fica muito claro que ele sabe de seu potencial, aonde chegou e para onde quer ir. A meta, claro, são as Olimpíadas de Paris: “Tenho dois anos para trabalhar”. Esse tempo é acompanhado de uma confiança cativante no próprio trabalho, e no segundo semestre vai voltar a disputar uma competição depois de sete meses de recuperação, o Brasileiro de ginástica.

Essa blindagem mental tem raízes no acompanhamento psicológico desde cedo, e acredita, inclusive, que todas as pessoas deveriam fazer o mesmo.

“Não é só por pressão de competições. Até porque todo mundo tem que lidar com as pressões do dia a dia e a saúde mental fala muito sobre o seu momento. Eu faço acompanhamento psicológico pelo clube, que disponibiliza essa profissional e eu fazia antes mesmo de machucar. Sempre tivemos isso e foi essencial quando eu me machuquei. Acredito que é muito importante você estar bem alinhado psicologicamente. ”

O psicológico está em dia, e diz Actos que a “lesão ficou para trás, agora é só sucesso!” .