Esporte

Jojó Olivença comenta baixo número de negros no surf: "Não traduz a realidade do país"

Estação Livre debateu a predominância branca na elite do esporte


08/07/2022 22h25

No Estação Livre desta semana, Cris Guterres recebeu o surfista bicampeão brasileiro e criador do Projeto Ondas, Jojó de Olivença, e Luis Neguinho, ex-surfista e instrutor de surfe e skate.

Eles debateram a predominância de brancos na elite do esporte, o que fez Jojó ser aplaudido nos Estados Unidos por ser negro e surfar em alto nível, algo que o público do país não estava acostumado.

Confira a história:

Para Neguinho o problema está relacionado à questão financeira.

“Acho que essa é a barreira principal. É um esporte caro, prancha é caro. O surf fica caro quando você começa a surfar bem, porque você tem que surfar em vários tipos de ondas e cada onda demanda uma prancha. Então, você não pode dizer que é surfista profissional sem ter pelo menos três pranchas. Além disso, tem a roupa de borracha e os acessórios”, explicou o ex-surfista.

Jojó relembra as dificuldades de seu começo no esporte e acredita que a baixa representatividade não traduz a realidade do Brasil.

“Com a nossa miscigenação e a larga extensão do litoral, o negro teve bastante acesso. Eu aprendi a surfar, porque eu morava na ‘cara’ da praia, me interessei e comecei a pegar prancha emprestada”, disse o surfista.

Ele também ressaltou a importância de projetos sociais para incluir mais pessoas no surf.

“Nas regiões Sul e Sudeste, onde a água é mais gelada, principalmente no inverno, e demanda equipamentos mais caros, os projetos de inclusão social têm facilitado o acesso de todos no mar. O histórico dos profissionais que tiveram sucesso no Brasil, a maioria era negro ou de condição social desfavorecida”, explicou Jojó.

Leia mais: Conhecido como “pai do aéreo”, Luis Neguinho relembra desconfiança com a manobra: “O pessoal não entendia”

Assista ao programa na íntegra:

O programa Estação Livre é apresentado pela jornalista e empreendedora Cris Guterres, considerada pela revista Forbes uma das criadoras de conteúdo mais inovadoras de 2020. Feita por uma maioria de mulheres pretas, a atração tem a missão de valorizar a cultura negra, a rica diversidade do Brasil e trazer a sociedade para repensar e ajudar a reconstruir um país mais justo para todos.

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