O Real Madrid divulgou nova nota nesta segunda-feira (22) em defesa ao atacante Vinicius Júnior, vítima de racismo durante partida contra o Valencia no último domingo (21). O clube agradeceu todas as manifestações de apoio, incluindo do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, e criticou a equipe de arbitragem, que expulsou o camisa 20.
“Também (fica registrado) o nosso agradecimento ao Presidente do Brasil, Lula da Silva, que pediu que sejam tomadas medidas sérias para combater este problema e cuja vítima é, como disse, ‘um jovem que venceu na vida e que se está se tornando um dos melhores jogadores de futebol do mundo’”, escreveu o clube.
"Infelizmente, não enxergamos o que aconteceu ontem e a condução pelos árbitros e pelo VAR, como algo isolado, mas sim como algo que se repetiu em muitas de nossas partidas. A vítima que a sofre nunca poderá ser responsabilizada pelo crime", completou.
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O clube também criticou o presidente da Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, e afirmou que os protocolos da Fifa contra o racismo deveriam ser seguidos no campeonato.
"Sendo o chefe do futebol espanhol e do comitê de arbitragem, ele permitiu que não fossem tomadas medidas contundentes, de acordo com os protocolos da FIFA , para evitar a situação a que se chegou. A imagem do nosso futebol está seriamente danificada e deteriorada aos olhos de todo o mundo", diz outro trecho da nota.
Mais cedo, o atacante publicou em suas redes sociais um compilado de ataques racistas que vem sofrendo na Espanha. O vídeo mostra vários momentos em que Vinicius é ofendido dentro dos estádios e fora deles. Em um dos episódios, um boneco, representando o brasileiro, é enforcado. Os xingamentos vão desde "macaco" até pedidos de morte ao atacante.
"A cada rodada fora de casa uma surpresa desagradável. E foram muitas nessa temporada. Desejos de morte, boneco enforcado, muitos gritos criminosos... tudo registrado. Mas o discurso sempre cai em 'casos isolados', 'um torcedor'. Não, não são casos isolados. São episódios contínuos espalhados por várias cidades da Espanha (e até em um programa de televisão)", escreveu o jogador na postagem.
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No Brasil, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (22), que o governo brasileiro acionou o Ministério Público da Espanha contra a Primeira Divisão da Liga de Futebol Profissional.
"O problema é gravíssimo e comunicados não funcionam mais. Me culpar para justificar atos criminosos também não. Não é futebol, é desumano", completou.
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