Lewis Hamilton confirmou em agosto com a extensão de seu vínculo de uma década com a Mercedes, agora indo até 2025. O contrato do britânico terminará quando ele tiver 40 anos.
No entanto, em entrevista à BBC, Hamilton disse que seu amor pela Fórmula 1 já esteve em cheque pela cobrança que o cerca no esporte.
“Você é observado todo o tempo e eu estou numa fase da minha vida em que eu não tenho como vencer. Se eu ganho uma corrida, é tipo: "Ah, ele é um heptacampeão mundial, tem 103 vitórias". E se eu não me saio bem, há críticas. Só tenho o que perder nesta fase da vida. Então com certeza houve um período em que eu me perguntei se gostaria de continuar passando por isso. Mas eu ainda amo correr, amo estar no carro. Quando ele é ligado e todas aquelas pessoas estão ao meu redor, a equipe, estou sorrindo como no primeiro dia em que eu pilotei”, afirmou.
A renovação do piloto, porém, antecedeu uma série de rumores sobre seu futuro na F1, reforçados pela má fase da equipe alemã em 2023.
“Naquela época, eu com certeza não imaginava que continuaria correndo. São temporadas absurdamente longas. Muito tempo longe de todos, e eu já tenho feito isso há 16 anos, é exaustivo. Há muito brilho e glamour e coisas boas, mas de jeito nenhum é fácil continuar no seu auge, compromissado, manter os treinos, seguir entregando resultados. É muita pressão”, falou Hamilton.
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Na entrevista, o britânico ainda se abriu sobre como a fase difícil na Mercedes dos últimos dois anos, nos quais ele não venceu, afetou sua autoconfiança.
“Quando você tem temporadas difíceis como essa, sempre há momentos em que se pergunta: 'Sou eu, ou o carro? Eu ainda tenho aquela coisa? Ou perdi isso?'. Quando a mágica acontece, tudo funciona, o carro e você, é extraordinário. É isso que você busca. Eu sou apenas humano. Se qualquer um diz que não pensa nessas coisas, está em negação. Somos todos humanos”, confessou.
A Mercedes não vence há um ano, desde o triunfo de George Russell no GP de São Paulo do ano passado, no Brasil. A equipe busca respostas para seu carro desde 2022, ano marcado por problemas com os saltos (porpoising e bouncing), efeito colateral da aerodinâmica do assoalho.
“Pedi por mudanças que não foram feitas. Ninguém sabia exatamente qual era o problema, ou como consertá-lo. Mas eu consegui permanecer positivo a maior parte do ano. Só que não tínhamos uma referência no começo da temporada, foi como andar em zig zag tentando descobrir onde devíamos estar”, explicou Hamilton.
A F1 retorna no dia 2 de março de 2024. Esta será a 17ª temporada da carreira do piloto britânico. Hoje, o heptacampeão é o segundo piloto mais experiente da categoria, atrás apenas de Fernando Alonso, com 41.
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