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Reprodução/Twitter @AllianzParque
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O ano de 2023 trouxe de volta uma discussão muito conhecida no futebol brasileiro: a utilização do gramado sintético. Cada vez mais preferido pelos clubes devido a facilidade e custo de manutenção, ou pelo uso para grandes eventos, a sua utilização tem sido bastante debatida, pelo número de lesões entre os atletas em estádios com este tipo de gramado.

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Para André Cunha, renomado performance manager e CEO da Volt Sportscience, a questão sobre o debate entre grama artificial e natural, a mais segura para os atletas, não é de agora e nem restrito ao futebol.

Segundo o especialista, que trabalha diretamente com jogadores da Seleção brasileira como Gabriel Jesus e Ederson, o debate é importante para qualquer atividade que os atletas tenham que fazer.

“Lances de direção repentina, que geram mudanças, causam forças de toque, torção, nas articulações, e aumentam a probabilidade de lesões ligamentares. Tanto que na NFL recentemente houve uma ruptura de tendão de aquiles de um atleta, jogando na grama artificial, e enalteceu ainda mais esse debate, trouxe à tona”.

André afirma que a ciência ainda tá estudando o gramado artificial. “Existem muitos desafios para que se consiga obter uma resposta completa, precisa de várias variáveis levadas em conta: idade de jogador, condições físicas do atleta, condições meteorológicas, condição do piso, que tipo de calçado era usado, se houve contato com outro jogador ou não... mas tem um ponto muito importante que é a evolução das superfícies com as novas tecnologias ao longo dos anos”, diz.

Recentemente, algumas graves lesões aconteceram em estádios e arenas que utilizam a grama sintética. O atacante Vitor Roque, que sofreu uma ruptura nos ligamentos do tornozelo na Ligga Arena, pelo Athletico-PR, e um dos astros da NFL Aaron Rodgers, do New York Jets, com uma ruptura do tendão de aquiles, são exemplos de atletas que ficaram afastados por incidentes em partidas no gramado artificial.

Para André Cunha, também é necessário fazer o cross entre esportes para expandir o conhecimento e entender o stress que esse tipo de superfície causa no corpo. Um recente estudo, entre as temporadas de 2012 a 2016 da NFL, mostrou um aumento de 16% nas lesões nos jogos realizados nas gramas artificiais, quando comparados com a grama natural.

“Eles concluíram que, se todos os jogos fossem feitos em grama natural, teriam 319 menos lesões nas pernas e pés. E quando olhamos isso para lesões de não contato, estamos falando de 20% a mais. Realmente ainda é um mundo sem muita clareza, a gente começa a ver estudos que mostram o artifical mais seguro, mas a gente ainda tem muita ciência trazendo a grama artificial produzindo uma taxa maior, principalmente mostrando pé e tornozelo. Mas esse é o debate que também envolve outras áreas, como as chuteiras, superfícies híbridas, a questão dos estádios multiarenas, esse é um debate importante porque cada vez mais o negócio vem sendo percorrido e o atleta e a saúde dele ficam cada vez mais em segundo lugar. Tem todas essas nuances a serem trazidas pra mesa quando o debate é grama artificial versus grama natural”, concluiu.

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