Número de mulheres fãs de automobilismo cresce quase 50% em cinco anos, aponta pesquisa
De 2019 a 2022, a presença feminina cresceu 75,8% no GP de São Paulo, segundo a organização da corrida
17/12/2024 09h53
O automobilismo, outrora um reduto quase exclusivo de homens, passou por uma transformação radical nos últimos anos. A chegada de um público mais jovem, especialmente feminino, revitalizou a modalidade.
A aquisição da Fórmula 1 pelo grupo Liberty Media, em 2017, marcou um ponto de mudança na história da categoria. A nova gestão, com uma estratégia de comunicação mais moderna e engajadora, atraiu um público mais jovem e feminino, transformando a cara do automobilismo.
Se antes as redes sociais eram um território desconhecido para a Fórmula 1, hoje elas são o coração da comunicação da categoria. A cobertura dos bastidores, antes restrita a alguns poucos canais, agora é ampla e diversificada.
No ano passado, Stefano Domenicali, CEO da F1, afirmou que 40% da base de fãs do campeonato já era composta por mulheres. Em 2017, esse número era de apenas 8%. No Brasil não é diferente.
De 2019 a 2022, a presença feminina cresceu 75,8% no GP de São Paulo, segundo a organização da corrida realizada em Interlagos. Na edição do ano passado, 37,4% do público total presente nas arquibancadas do autódromo paulistano eram mulheres.
Uma pesquisa realizada pelo IBOPE Repucom, com 2.000 internautas brasileiros com 18 anos ou mais, revelou um crescimento exponencial na base de fãs da Fórmula 1 nos últimos cinco anos, com um acréscimo de 25 milhões de apaixonados pelo esporte.
O mais notável é o aumento da participação feminina, que saltou 15% no período, representando agora 43% dos 65 milhões de brasileiros que acompanham a categoria.
Este é o caso de Gabriele Sales, de 24 anos. Especialista em Marketing, a jovem diz que todos em sua casa acompanhavam a modalidade, mas que ela passou a assistir fielmente a categoria em 2020, motivada por um evento marcante: o grave acidente de Romain Grosjean.
A explosão do carro do piloto francês após a batida a deixou intrigada e a levou a questionar como as pessoas podiam se apaixonar por um esporte tão intenso.
“O carro dele pegou fogo e eu fiquei impressionada com o acidente, me perguntando como as pessoas gostavam de um esporte assim”, conta a jovem.
Gabriele decidiu aprofundar seus conhecimentos sobre a Fórmula 1. Foi aí que ela descobriu a série Drive to Survive, da Netflix. A produção, apesar de algumas liberdades criativas, foi fundamental para que ela compreendesse as complexidades do esporte.
“Aprendi muito sobre as regras e os bastidores da Fórmula 1 assistindo à série", conta, “mas acredito que ela é apenas um ponto de partida para quem quer se aprofundar de verdade no assunto”.
Em 2023, ela foi ao GP de São Paulo pela primeira vez. Apesar da tempestade que deixou a capital paulista em caos por alguns dias, a experiência foi positiva e a jovem esteve na arquibancada de novo em 2024.
Apesar de sua torcida pela Ferrari, Gabriele confessa ter ficado impressionada com a performance de Max Verstappen neste ano em Interlagos.
“Eu estava torcendo contra ele, mas a rapidez e a habilidade dele em ultrapassar e vencer a corrida foram simplesmente incríveis. Confesso que foi bonito ver ele saindo de trás e chegando à frente. Aquela corrida foi histórica e me deixou muito feliz de ter presenciado”, finaliza.
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