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Reprodução / Facebook Alejandro Domínguez
Reprodução / Facebook Alejandro Domínguez

A Liga do Futebol Brasileiro (LiBRA) divulgou nesta quinta-feira (20) uma nota manifestando repúdio às declarações de Alejandro Domínguez, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).

Na última segunda (17), Domínguez fez uma analogia envolvendo um macaco ao tratar da possibilidade de a Libertadores não ter mais clubes brasileiros. Antes disso, o dirigente havia feito um discurso em que condenou o racismo, mas não anunciou novas medidas para combatê-lo.

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Em resposta à pergunta feita por um repórter do site BolaVip, Alejandro Domínguez disse que a possibilidade ”seria como o Tarzan sem a Chita. Impossível”.

Chita foi uma personagem da série Tarzan. Macaco do sexo masculino, ela interpretava uma fêmea que era o animal de estimação de Tarzan e Jane, sua companheira.

Dos 17 clubes filiados à LiBRA, apenas o Flamengo não assinou a nota de repúdio. Segundo a nota, a expressão usada por Alejandro Domínguez 'reforça estereótipos'.

“A gravíssima declaração de Dominguez traz à tona o evidente preconceito enraizado no ambiente do futebol, reforça estereótipos racistas, perpetua a desumanização de pessoas negras, além de demonstrar total insensibilidade em relação a temas de extrema urgência, como o combate ao racismo e a promoção da diversidade no futebol”, diz o comunicado.

Veja a nota da Libra:

Os clubes brasileiros Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo, Vitória, Ferroviária, Paysandu, Remo, Volta Redonda, ABC, Brusque, Guarani e Sampaio Corrêa - membros da LiBRA - vêm a público manifestar seu profundo repúdio às declarações do presidente da CONMEBOL, Alejandro Domínguez, que, ao comparar a possível ausência das equipes brasileiras na Copa Libertadores a "Tarzan sem Chita", utilizou uma analogia de evidente cunho racista e preconceituoso.

A gravíssima declaração de Dominguez traz à tona o evidente preconceito enraizado no ambiente do futebol, reforça estereótipos racistas, perpetua a desumanização de pessoas negras, além de demonstrar total insensibilidade em relação a temas de extrema urgência, como o combate ao racismo e a promoção da diversidade no futebol.

Os clubes brasileiros reafirmam seu compromisso com a luta contra o racismo e com a promoção de um futebol inclusivo e respeitoso. Não aceitaremos calados nenhum tipo de discriminação, seja em campo, nas arquibancadas ou nas declarações de dirigentes.

Após a polêmica, o Flamengo explicou a decisão de não assinar o documento. De acordo com o clube, “as relações institucionais com a Conmebol devem ser conduzidas pela CBF, entidade que representa oficialmente os clubes brasileiros nos torneios sul-americanos”.

Confira o comunicado do Flamengo:

O Flamengo luta contra qualquer forma de racismo e discriminação há muito tempo e reafirma seu compromisso no combate estrutural ao racismo no futebol e na sociedade. No entanto, entendemos que as relações institucionais com a Conmebol devam ser conduzidas pela CBF, entidade que representa oficialmente os clubes brasileiros nos torneios sul-americanos.

No Flamengo, o combate ao racismo vai muito além do discurso. Além do manual interno de Combate ao Racismo, finalizamos os ajustes jurídicos para incluir em nosso estatuto uma cláusula antirracismo. O Flamengo tem plena consciência de sua enorme responsabilidade social e busca, todos os dias, ações estruturais que tragam impacto positivo real para o futebol e para a sociedade.

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