Sanções à Rússia: Ministro russo diz que o Brasil não vai "dançar ao som dos Estados Unidos"
Sergey Lavrov destacou que "a Europa praticamente parou de tentar defender sua independência diante dos EUA”
28/03/2022 10h06
O ministro de Relações Exteriores da Rússia disse, no dia 18 de março, que o Brasil não vai "dançar ao som dos Estados Unidos". Em entrevista à agência de notícias russa Tass, ligada ao Kremlin, Sergey Lavrov também incluiu China, Índia e México na lista de países que não concordarão com a “liderança” dos norte-americanos.
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“Há jogadores que nunca concordarão com a existência de uma 'aldeia global' sob a liderança de um 'xerife' da América - são China, Índia, Brasil, México. Tio Sam vai dizer para eles fazerem isso”, declarou o russo. Para Lavrov, "a Europa praticamente parou de tentar defender sua independência diante dos Estados Unidos".
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No 23º dia da invasão da Rússia sobre o território da Ucrânia, o ministro falou das sanções de países ocidentais, como os EUA e membros da União Europeia, contra Moscou. Ele lembrou que Joe Biden seguirá com as imposições, mas garantiu que a nação já está acostumada com a situação.
Como sanções à Rússia afetam o Brasil?
As sanções impostas ao país devido ao conflito no leste europeu ocasionam medidas diretas e indiretas na economia brasileira. A retirada dos principais bancos russos do sistema Swift pode fazer com que um lado não fature dinheiro com venda e o outro não compre mercadorias.
Na produção agrícola, das 100 categorias mais importadas pelo Brasil, oito são da Rússia. Os produtos químicos e fertilizantes são os principais itens afetados, sendo que fazem parte da indústria que mais fatura no país. Mesmo sem parar a produção, isto afeta na inflação dos preços no alimentos, que já estão altos.
Além disso, a Rússia foi uma grande importadora de soja, café em grãos e carnes brasileiras. Com a medida, a exportação também afetará a indústria no Brasil.
De maneira indireta, o Brasil vai sofrer com o choque que a Rússia levara na exportação de petróleo, gás natural, trigo e outras commodities. A redução na oferta levará ao aumento do preço no mercado internacional. Os efeitos ocorrem em cadeia, como, por exemplo, o aumento no petróleo interfere no preço da gasolina, do diesel, dos derivados desse composto e de encarecer todos os produtos que precisam do meio de transporte.
A posição de neutralidade do Brasil, declarada pelo presidente Jair Bolsonaro, também poderá ter consequências sobre diplomacia e interação futura com outras nações.
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