Fundação Padre Anchieta

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Não são poucas as imagens de praias lotadas, festas clandestinas e bares repletos de pessoas em meio à pandemia, que mata mais de 1 mil brasileiros a cada 24 horas. Mesmo com as recomendações, muitas pessoas não obedecem aos protocolos, não se protegem e não protegem os demais. Esse tipo de comportamento coloca não só a si mesmo em risco, mas também aos outros.

De acordo com especialistas, a indiferença pode partir de diversos fatores, como falta de empatia, mecanismo de defesa e também uma vontade de voltar aos tempos anteriores ao isolamento social. No entanto, é como se, diariamente, caíssem três aviões comerciais lotados sem sobreviventes, tragédias que costumam causar grande comoção.

"No caso de uma pandemia, como essa que nós estamos vivendo, a vista não alcança o sofrimento de seres que estão distantes. A imagem do acidente, por exemplo, o caso das Torres Gêmeas, do carro da estrada, você encontra na sua vista uma visão sintética, você está abreviado àquilo, você tem a condição de ver o acontecimento na sua totalidade. No caso da pandemia, você não enxerga 90 mil pessoas mortas, você vê uma a uma, ou a notícia de que houve 1 mil mortes e mais 1 mil mortes etc. Então, você não tem a visão de totalidade", explicou Roberto Romano, filósofo e professor da Universidade de Campinas (Unicamp).

Já são 91 mil famílias brasileiras que perderam entes queridos durante a pandemia. No mundo, esse número chega a quase 700 mil. Não há cura e nem vacina, mas há uma grande quantidade de pessoas que parece não se importar. As manchetes pararam de chocar da mesma forma do que antes. Para quem não vive as perdas, as notícias viraram números vazios e, com isso, muitos brasileiros têm naturalizado as mortes pela doença.

Para o psicanalista Christian Dunker, essa atitude é uma negação do perigo, em um momento em que deveríamos cuidar mais uns dos outros. "A gente começa, então, a desconhecer o perigo real. A gente começa a achar que isso não acontece com a gente, acontece só com os números, com aqueles que estão lá longe, com aqueles que não me afligem e não me tocam muito de perto, que não são da minha família. Isso faz parte da construção também do nosso cuidado com os outros, que vai ser essencial para esse nosso próximo momento de enfrentamento da pandemia", afirmou o especialista.