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Enxaguante bucal pode diminuir carga viral do novo coronavírus, aponta pesquisa

Segundo cientistas alemães, usar antissépticos bucais pode diminuir, temporariamente, o risco de transmissão da Covid-19. No entanto, o estudo alerta que os enxaguantes não servem para impedir a infecção pelo vírus


21/08/2020 16h00

Um simples hábito corriqueiro para muita gente pode ajudar a reduzir o risco de transmissão do novo coronavírus. Cientistas alemães descobriram que enxaguar os dentes com antissépticos bucais, vendidos em farmácias e drogarias, pode diminuir, ainda que temporariamente, a carga viral do vírus causador da Covid-19 e diminuir o risco de transmissão do Sars-CoV-2.

O estudo foi publicado no fim de julho, no 'The Journal of Infectious Diseases'. Os pesquisadores testaram oito enxaguantes bucais disponíveis em farmácias e drogarias alemãs. Para chegar aos resultados, eles misturaram o vírus em suspensão com uma substância orgânica, simulando secreções respiratórias e oito partes de antissépticos. 

Todas as fórmulas testadas, segundo o estudo alemão, conseguiram diminuir a carga viral da Covid-19. Três delas reduziram a tal ponto que nenhum vírus foi detectado após 30 segundos de exposição. Mas aí vai o primeiro alerta: novos estudos devem investigar se esse efeito é confirmado na prática clínica e por quanto tempo ele dura. Além disso, os enxaguantes não são capazes de inibir a produção de vírus nas células. 

Veja também: Covid-19: taxa de transmissão da doença desacelera no Brasil pela primeira vez desde abril

"Tem que deixar muito claro, principalmente para os profissionais odontológicos e as equipes auxiliares que, a despeito dessa evidência indireta, a gente não pode negligenciar a biossegurança em função do enxaguatório. Temos que manter a conduta de biossegurança com a utilização de todos os EPIs que são indicados e podemos, sim, utilizar o enxaguatório pré-procedimento como algo a mais para diminuir a carga viral durante o atendimento", explicou Giuseppe Alexandre, professor titular da disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP).

O estudo deixa claro que esses antissépticos bucais não servem para tratar as doenças provocadas pela Covid-19 ou para se proteger contra a infecção do vírus. De acordo com o virologista Paulo Eduardo Brandão, virologista da Faculdade de Veterinária e Zootecnia da USP, a redução da carga é muito temporária. 

"Muito rapidamente, os novos vírus acabam contaminando a cavidade oral de novo e tornam a transmissão possível do modo como era antes do uso do enxaguatório. Então, ele não vai curar a pessoa, ele não vai eliminar todos os vírus da pessoa, não vai tornar a pessoa não transmissora. Isso é importante de saber", afirmou.

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