Brasil é o segundo país que mais aceitaria se vacinar contra a Covid-19, aponta pesquisa
No País, 85,3% estão dispostos a receber o imunizante, ficando atrás apenas da China. Mesmo assim, os índices geram preocupação, devido ao movimento antivacina e os imbróglios políticos em torno da compra dos imunizantes
23/10/2020 12h07
O Brasil é o segundo país do mundo que mais aceitaria se vacinar contra a Covid-19. O primeiro é a China. A pesquisa da revista britânica Nature foi feita nos 19 países mais atingidos pela doença.
Nas ruas, tem muita gente que só quer uma coisa: a vacina contra a Covid-19. Mas há quem tenha dúvidas. Os preocupados e relutantes são minoria no Brasil, segundo a pesquisa da Nature. Entre os entrevistados brasileiros, 85,3% estão dispostos a receber o imunizante.
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Esse é o segundo maior índice do mundo, ficando atrás apenas da China, com 88,6%. Uma das explicações para os bons dados brasileiros pode estar na longa e bem-sucedida tradição do País de realizar campanhas de vacinação.
"Programa Nacional de Imunizações é, sem dúvida, o programa de maior credibilidade do Ministério da Saúde ao longo desses anos todos. Ele tem se mantido ao longo de diferentes governos", afirmou o presidente da Comissão de Ética da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Gabriel Oselka.
A pesquisa foi feita em países da África, Europa, América e Ásia, com 13.426 pessoas. Nos Estados Unidos, que lideram o ranking de infectados e mortos pela Covid-19, 76% tomariam a vacina.
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A menor porcentagem de pessoas positivas vem da Rússia (54,8%). Os números gerais mostram que 72% das pessoas se vacinariam contra a Covid-19, enquanto 28% ficariam em dúvida ou não tomariam.
A decisão de se vacinar é registrada na maior parte da população mundial. Mesmo assim, os índices geram preocupação. Tudo porque o movimento antivacina e os imbróglios políticos envolvendo a compra das vacinas podem atrapalhar a adesão da população ao imunizante.
"Nos diferentes governos que nós tivemos, a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], em relação às vacinas, sempre teve uma conduta irrepreensível. Acredito que, no momento de avaliar concretamente a vacina X ou a vacina Y, não levará em conta se a vacina vem da China, dos Estados Unidos, se vem da Europa ou de outro lugar. O que importa é avaliar sua segurança e eficácia", afirmou Oselka.
Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que a vacina chinesa Coronavac não será comprada. O recuo, que diminui o leque de opções de proteção contra a doença, abriu uma crise entre o Planalto e os governos estaduais. Segundo Oselka, os conflitos precisam ser colocados de lado em nome da saúde.
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