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Erika Hilton: "A herança patriarcal e escravagista ainda atua em nossa sociedade de forma gritante"

Primeira mulher trans negra eleita vereadora por São Paulo fala sobre importância da diversidade na política


26/11/2020 17h19

Em entrevista ao Opinião, a vereadora eleita Erika Hilton (PSOL-SP) falou sobre os números da violência contra pessoas transexuais, mulheres cisgênero e a população negra no Brasil. O país é o que mais mata transexuais e travestis em todo o mundo, e a quantidade de negros assassinados aumentou nos últimos 10 anos. Ainda, cresceram os registros de feminicídio no território brasileiro. "Esses dados demonstram o quanto essa herança patriarcal, essa herança escravagista, essa herança transfóbica e LGBTfóbica ainda atua na nossa sociedade de forma muito gritante", disse Erika.

Ela citou o caso de João Alberto Freitas, assassinado na última semana em uma loja do Carrefour, em Porto Alegre, ao comentar a violência sofrida por essas populações. "Nós vimos, na sexta-feira passada, um rapaz sendo executado dentro de um supermercado. Nós vemos o quanto as mulheres são executadas. A Associação Nacional de Transexuais e Travestis aponta 90% das mulheres trans e travestis vivem da prostituição de forma compulsória, porque não encontram outra oportunidade de sobrevivência".

Primeira mulher trans negra a ocupar cadeira na Câmera dos Vereadores de São Paulo, Erika relembrou sua história durante a conversa. "Fui expulsa muito cedo de casa. As famílias não tem familiaridade com o debate de gênero e sexualidade e acabam entendendo a orientação sexual ou a identidade de gênero como uma coisa promíscuo ou pecaminosa", contou.

Nas eleições municipais de 2020, Erika foi a vereadora mais votada da capital paulista. Ela reitera que a maior presença de diversidade na política é crucial para a diminuição da violência. "Garantir que o nosso corpo, a nossa voz e a nossa luta esteja representada dentro da política institucional e em todos os espaços da esfera social é um demarcador de que estamos denunciando esses números e construindo um novo marco civilizatório para que essa estatística deixe ser uma estatística frequente", completou.

Assista ao trecho:

Confira a íntegra do Opinião da última quarta-feira, que também contou com a presença da vereadora Carol Dartora (PT), da pesquisadora da USP e co-fundadora da Tenda das Candidatas, Hannah Maruci, e da socióloga e professora da Universidade Federal Fluminense, Flávia Mateus:

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