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Manaus: Fornecedora diz que avisou autoridades sobre falta de oxigênio e pediu apoio ao Ministério da Saúde

Segundo empresa, não é possível suprir demanda da capital amazonense, que viu o consumo do produto crescer cinco vezes nos últimos 15 dias


14/01/2021 19h50

A multinacional White Martins afirma que comunicou o Governo Federal e o governo do estado do Amazonas sobre a dificuldade para a realização do fornecimento de oxigênio medicinal para Manaus. A empresa atua na fabricação de gases industriais e medicinais, conta com uma planta de produção na capital amazonense e é uma das principais fornecedoras da região, que sofre com a falta de oxigênio nos hospitais. O insumo é utilizado no tratamento de casos graves de Covid-19.

 "O crescimento imprevisível e exponencial da demanda no início de 2021 também levou a empresa a comunicar formalmente de forma imediata e transparente às autoridades sobre a alta complexidade do fornecimento de oxigênio medicinal para Manaus, solicitando apoio diante de um cenário extremamente desafiador", descreve comunicado enviado pela White Martins ao site da TV Cultura. Segundo a empresa, foram realizadas "reuniões periódicas com o Comitê de Crise do Governo do Estado do Amazonas e do Governo Federal" e "solicitação formal de apoio logístico ao Ministério da Saúde".

A White Martins informa que o consumo de oxigênio na cidade aumentou cinco vezes nos últimos 15 dias. "Esse consumo equivale a quase o triplo da capacidade nominal de produção da unidade local da White Martins em Manaus (25 mil m3/dia) e segue crescendo fora de controle e qualquer previsibilidade [...] O consumo individual de boa parte dos hospitais do município já é mais do que o dobro da média de consumo dos maiores hospitais do país", diz o texto.

Leia também: Internautas denunciam falta de oxigênio em hospitais de Manaus

A empresa afirma ter, em 2020, ampliado "até o limite máximo a capacidade de produção da planta de Manaus" e aumentado a estocagem do produto em forma líquida. Mesmo com as alterações e os esforços emergenciais, como a compra de oxigênio de fornecedores locais, a multinacional aponta que "ainda não é possível suprir toda a demanda de oxigênio crescente e jamais vista na região."

Com a atual situação do estado, a White Martins aponta que está atuando em busca de importar produto vindo da Venezuela

Ainda, a empresa pede que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) "autorize a flexibilização temporária, em caráter excepcional, do percentual mínimo de pureza do oxigênio medicinal produzido no estado do Amazonas".

Atualização

Procurado pelo site da TV Cultura, o Governo do Amazonas confirma que a White Martins comunicou as dificuldades de abastecimento no dia 7 de janeiro. Em nota, o estado afirma que, após o comunicado da empresa, "iniciou uma força-tarefa para solucionar o problema, contando com o apoio das Forças Armadas no transporte de oxigênio de plantas da própria White Martins em outros estados para Manaus"

Ainda ressalta que um comitê foi instalado em 12 de janeiro, com participação de representando das três esferas do Governo, para realização de ações que possibilitassem a entrega de oxigênio ao estado.

Confira a íntegra da resposta do Governo do Amazonas:

O Governo do Amazonas foi comunicado pela White Martins sobre as dificuldades de abastecimento no dia 7 de janeiro. De imediato, iniciou uma força-tarefa para solucionar o problema, contando com o apoio das Forças Armadas no transporte de oxigênio de plantas da própria White Martins em outros estados para Manaus. O Governo também iniciou a prospecção para contratação de mini usinas para os hospitais de Manaus. No dia 12 de janeiro, foi instalado o Comitê de Resposta Rápida, formado por representantes das três esferas de Governo e as ações foram ampliadas, com o início da cooperação com outros estados para transferência de pacientes, a aquisição das usinas, que devem chegar a Manaus até amanhã, e a busca de novas alternativas logísticas para trazer oxigênio de outros locais dentro e fora do Brasil, A limitação é logística, devido as peculiaridades do transporte desse tipo de produto.

A Cultura procurou o Ministério da Saúde sobre o assunto, mas não obteve resposta.

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