Grupo de pesquisadores vai dedicar dez anos ao estudo da primeira infância no Brasil
O Centro Brasileiro para o Desenvolvimento da Primeira Infância é uma iniciativa da FAPESP em parceria com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e do Insper; objetivo é fundamentar futuras políticas públicas.
05/02/2021 14h36
A primeira infância ganhou um novo centro de estudos no Brasil: durante dez anos, pesquisadores vão acompanhar o desenvolvimento de crianças de zero a seis anos para identificar os problemas dessa fase e apontar soluções ao poder público.
Lançado nesta quarta (3), o Centro Brasileiro para o Desenvolvimento da Primeira Infância é uma iniciativa da FAPESP em parceria com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e com sede no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) em São Paulo.
De acordo com Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, o projeto deve ajudar a jogar luz sobre o desenvolvimento das 20 milhões de crianças com seis anos ou menos no Brasil, das quais um terço vivem em situação de vulnerabilidade. "Se a gente tem a possibilidade de identificar quais são as falhas, quais são os desafios, as oportunidades de melhoria, a gente consegue fazer os refinamentos da politica pública pra que essa melhoria aconteça na prática", afirma.
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O projeto conta com o financiamento de R$16 milhões pelo período de até dez anos, com recursos dos parceiros. Fazem parte do estudo a saúde, o sono, o desenvolvimento e o comportamento das crianças.
"A ideia é ter um projeto piloto, a gente vai selecionar alguns municípios do estado de São Paulo e acompanhar essas crianças que nascerem nesses municípios no ano que vem, após o fim da pandemia, e coletar as informações sobre esssas crianças, entender como está se dando esse movimento infantil, se elas têm algum problema motor ou psicológico", diz Naércio Menezes Filho, coordenador do Centro Brasileiro para o Desenvolvimento da Primeira Infância.
Uma das iniciativas do centro será desenvolver uma plataforma para armazenar informações coletadas e integrar esses dados a registros administrativos de educação e saúde.
"Ao ter uma primeira infância bem vivida, ou seja, se esses seis primeiros anos de vida têm o cuidado adequado, os estímulos adequados, interações positivas adequadas, a gente vai garantir que esse pequeno cidadão vai se tornar um cidadão atuante que trará benefícios pra sociedade em diversos campos", continua Mariana Luz. "A primeira infância é isso: ela consegue transformar a sociedade", completa.
Assista à reportagem do Jornal da Tarde:
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